domingo, 11 de setembro de 2011

Brasil é o 53º país mais competitivo.

O Brasil conseguiu subir cinco posições no ranking do Relatório Global de Competitividade 2011-2012, divulgado ontem pelo Fórum Econômico Mundial. Dessa forma, o País é considerado o 53º mais competitivo no mundo, do total de 142. Muitas nações pequenas acabam ficando de fora da classificação pela dificuldade em reunir dados e, neste ano, a Líbia não foi incluída por conta do cenário de guerra civil. No Brasil, a pesquisa é realizada pela Fundação Dom Cabral e pelo Movimento Brasil Competitivo.

O principal motivo que contribuiu à melhor avaliação do País foi o crescimento da economia, afirma o coordenador do núcleo de inovação e de competitividade da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda. "Esse foi o fator determinante, pois permitiu a inclusão da classe média e aumentou o poder de compra da população", diz. "Além disso, o que já era bom continuou, como o forte ambiente empresarial (existência da cadeia produtiva em diversos segmentos e a preocupação com a qualidade), potencial para se tornar um país inovador e setor financeiro sofisticado, destaque conquistado e mantido desde a crise de 1998."

Na avaliação do diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo, Erik Camarano, o País foi favorecido na galgada de posições pelo fato de outras nações não conseguirem manter seus postos - caso da Índia, que passou de 51º para 56º por conta de sua instabilidade econômica e alta inflação. "Todos os países recebem também nota de 1 a 7 e, nesse quesito, ficamos estacionados, permanecendo com 4,3."

DESAFIOS - Não fosse o cenário econômico de juros altos e inflação crescente, o Brasil poderia ter sido melhor avaliado. "O maior problema está com os juros do spread (diferença entre os juros pagos pelo banco e os cobrados para o cliente)", diz Arruda.

Dentre os fatores que ainda deixam a desejar no País, e questionam se o crescimento obtido é sustentável, está a infraestrutura que, exceto à de telecomunicações, peca pela falta, principalmente a do setor de transportes. Somado a isso, têm falhas na Educação, capacitação da mão de obra e mercado de trabalho que, embora tenha gerado muitos empregos, ainda têm muitos profissionais atuando na informalidade. Outro ponto é a alta carga tributária, que forma forte barreira burocrática à expansão de investimentos de empresários e, inclusive, à contratação com carteira assinada.

RANKING - A Suíça manteve-se como o país mais competitivo do mundo. "Lá a inflação é baixíssima, as indústrias são inovadoras e não há envolvimento com guerra", analisa Camarano. Na sequência, aparece Cingapura, que conquistou uma posição neste ano. "A economia do país é muito aberta e existe enorme facilidade em fazer negócios. A lei é cumprida rigorosamente, o sistema é transparente e o mercado financeiro é sólido. Cargos governamentais, para serem conquistados, passam por rígido processo de seleção, assim como nas grandes corporações."

China lidera entre emergentes por ter foco no futuro

A China ocupa, atualmente, a 26ª posição no ranking das nações mais competitivas do mundo. Do ano passado para cá subiu uma posição, calcada principalmente no fato de, além de obter resultados concretos no presente , possuir grande foco no futuro, com planos de investimento em educação e inovação até 2017.

"Essa é a grande diferença entre os chineses e nós. Nós não temos plano algum para o futuro. E, embora haja o potencial de investir em tecnologia e inovação, ainda estamos só na intenção", explica Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral.

O destaque brasileiro fica por conta de enquete realizada em 2009 pela entidade com 16 grandes economistas internacionais, em que o Brasil foi apontado como o país com maior potencial de recuperação da crise financeira de 2008. E foi exatamente o que aconteceu.

Quando comparado com outro emergente, a Índia, que perdeu cinco posições, para 56º, o Brasil apresenta características econômicas bastante semelhantes. "Eles se parecem tanto no que é bom como no que é ruim. A grande diferença é que a Índia, embora possua grandes polos de produção, não tem a diversificação da cadeia produtiva em vários segmentos, como no Brasil. Porém, muitas vezes os indianos conseguem obter mais resultados que os brasileiros."

Entre os países vizinhos, o Chile perdeu um posto, passando a 31º, e a Argentina ganhou dois, para 85º. "Os argentinos estão passando por processo de recuperação do PIB (Produto Interno Bruto), porém, as incertezas políticas atrapalham a avaliação."

O Relatório Global de Competitividade é realizado desde 1976. O Brasil, entretanto, entrou em 1996. À época eram cerca de 40 países e o Brasil era o pior entre latinos. "Se à época participassem 142 nações, os brasileiros estariam na posição 70º."

Para a edição deste ano, cerca de 14 mil líderes empresariais ao redor do mundo - um recorde

Fonte: http://www.dgabc.com.br

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