Com novas tecnologias, a empresa deixou de ser um lugar fechado. Estima-se que dez milhões de pessoas trabalhem à distância, pelo menos uma vez por semana, no país.
O que as pessoas chamam hoje de trabalho mudou muito e a transformação trazida pelas novas tecnologias é só parte da explicação do que já está sendo chamado de Trabalho 2.0.
Na empresa Cisco, ninguém sabe direito como responder onde ficam as salas dos departamentos. "Eu posso tá no meio do pessoal do RH, de marketing, engenharia, financeiro, não tem uma área", explica o diretor de contas da Cisco, João Paulo Melo.
Nenhum departamento tem sala própria. Ninguém tem a própria mesa. “Nós mesmos quando chegamos à empresa, se quiser ter um encontro com o financeiro, tem que escrever e perguntar onde você está”, diz a diretora de RH da Cisco, Rose Mary Morano.
O lugar rotativo tem a ver com o trabalho por projetos, quando uma empresa forma equipes temporárias. “As pessoas se unem conforme cada projeto, uma pessoa precisa dar uma ajuda esporádica em cada projeto, depois volta para onde ela estava”, explica a consultora em RH, Eliane Figueiredo.
Além disso, tem muita gente que passou a trabalhar de casa e só aparece na empresa de vez em quando. Então, para quê lugar fixo?
A consultora em venda e software, Lígia Donato, dá expediente em casa como consultora e como mãe. “Consigo produzir de casa com pequenas interferências”.
Apesar das "pequenas interferências", o trabalho em casa ou home office, vem dando resultado para muita gente. O funcionário não perde tempo no trânsito, trabalha mais tranquilo e rende mais.
“Nós estamos com esse modelo novo há seis anos e tivemos um aumento de 40% no volume de vendas novas e 70% na receita dessas vendas”, conta a diretora de RH, Edna Rodrigues Bedani.
Estima-se que, hoje, dez milhões de pessoas trabalhem à distância, pelo menos uma vez por semana, no Brasil. No mundo, já são 173 milhões de trabalhadores. Essa é uma "moda" recente, foi só a partir dos anos 2000 que o home office ganhou mais adeptos.
“Comparando com alguns países da Europa, o teletrabalho além de aumentar no Brasil, ele também é maior comparado com outros países na América Latina, nós somos líderes no exercício do teletrabalho”, fala o presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho, Álvaro Mello.
Mas a receita nem sempre funciona. Na empresa Check Express, por exemplo, as vendas caíram até 30% quando os vendedores passaram a trabalhar à distância.
“Existe até uma provocação entre as pessoas de comparar os resultados, quem está na ponta do ranking quando está cada um na sua casa, essa perda da troca de informação, prejudica”, diz o gerente de novos negócios da Check Express, Alexandre Monteiro.
“O movimento de colocar as pessoas em home office durou dois anos e depois os outros dois nós trouxemos de volta”, fala o presidente da Check Express, José Mário Ribeiro.
“Os contras são a falta de convivência prejudica o trabalho em equipe. Tem algumas empresas que eu conheço que estão deixando de incentivar o home office e tem outras empresas que eu conheço que estão querendo tentar o home office”, diz a consultora em gestão de pessoas, Juliana Almeida Dutra.
Existem duas tendências paralelas e contrárias: trabalhar sozinho e conviver. Como conciliar as duas coisas? Esse paradoxo foi resolvido num novo lugar de trabalhar, o coworking.
No local, trabalho é algo que se faz separado, mas junto. O coworking, ou trabalho compartilhado, reúne gente de áreas e empresas diferentes. Cada um faz o seu, mas bate papo com quem está ao lado, toma um cafezinho.
O Brasil já tem dezenas desses espaços. Por enquanto, o coworking recebe muito profissional autônomo, mas parece que isso está mudando. “Tem diversas empresas ligando, fazendo cotação, pros seus funcionários virem trabalhar no local. Às vezes tirar os funcionários de home office para ter essa integração, visando maior produtividade”, diz a sócia da Ponto de Contato, Fernanda Trugilho.
O trabalho a distância vai cada vez mais longe. Hoje em dia, com notebooks, tablets, smartphones, internet sem fio pra todo lado, o local de trabalho é o mundo.
No boteco, happy hour ou hora extra? “Trabalho numa multinacional, tem a diferença do fuso horário, isso faz com que algumas coisas que estão acontecendo e você tem que estar ligado full time”, conta o engenheiro agrônomo, Eduardo da Costa Carvalho.
Entre a vida profissional e a pessoal, uma baita promiscuidade. “Minha esposa me deu uma regra: não tem espaço na nossa cama para três itens que sou eu, minha esposa e o meu laptop, ela falou: ‘olha, ou nós dois, ou você e o laptop vão pro sofá, porque os três aqui não cabem na cama”, conta o administrador de empresas Zack Henry.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-da-globo - Por Fábio Turci
O que as pessoas chamam hoje de trabalho mudou muito e a transformação trazida pelas novas tecnologias é só parte da explicação do que já está sendo chamado de Trabalho 2.0.
Na empresa Cisco, ninguém sabe direito como responder onde ficam as salas dos departamentos. "Eu posso tá no meio do pessoal do RH, de marketing, engenharia, financeiro, não tem uma área", explica o diretor de contas da Cisco, João Paulo Melo.
Nenhum departamento tem sala própria. Ninguém tem a própria mesa. “Nós mesmos quando chegamos à empresa, se quiser ter um encontro com o financeiro, tem que escrever e perguntar onde você está”, diz a diretora de RH da Cisco, Rose Mary Morano.
O lugar rotativo tem a ver com o trabalho por projetos, quando uma empresa forma equipes temporárias. “As pessoas se unem conforme cada projeto, uma pessoa precisa dar uma ajuda esporádica em cada projeto, depois volta para onde ela estava”, explica a consultora em RH, Eliane Figueiredo.
Além disso, tem muita gente que passou a trabalhar de casa e só aparece na empresa de vez em quando. Então, para quê lugar fixo?
A consultora em venda e software, Lígia Donato, dá expediente em casa como consultora e como mãe. “Consigo produzir de casa com pequenas interferências”.
Apesar das "pequenas interferências", o trabalho em casa ou home office, vem dando resultado para muita gente. O funcionário não perde tempo no trânsito, trabalha mais tranquilo e rende mais.
“Nós estamos com esse modelo novo há seis anos e tivemos um aumento de 40% no volume de vendas novas e 70% na receita dessas vendas”, conta a diretora de RH, Edna Rodrigues Bedani.
Estima-se que, hoje, dez milhões de pessoas trabalhem à distância, pelo menos uma vez por semana, no Brasil. No mundo, já são 173 milhões de trabalhadores. Essa é uma "moda" recente, foi só a partir dos anos 2000 que o home office ganhou mais adeptos.
“Comparando com alguns países da Europa, o teletrabalho além de aumentar no Brasil, ele também é maior comparado com outros países na América Latina, nós somos líderes no exercício do teletrabalho”, fala o presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho, Álvaro Mello.
Mas a receita nem sempre funciona. Na empresa Check Express, por exemplo, as vendas caíram até 30% quando os vendedores passaram a trabalhar à distância.
“Existe até uma provocação entre as pessoas de comparar os resultados, quem está na ponta do ranking quando está cada um na sua casa, essa perda da troca de informação, prejudica”, diz o gerente de novos negócios da Check Express, Alexandre Monteiro.
“O movimento de colocar as pessoas em home office durou dois anos e depois os outros dois nós trouxemos de volta”, fala o presidente da Check Express, José Mário Ribeiro.
“Os contras são a falta de convivência prejudica o trabalho em equipe. Tem algumas empresas que eu conheço que estão deixando de incentivar o home office e tem outras empresas que eu conheço que estão querendo tentar o home office”, diz a consultora em gestão de pessoas, Juliana Almeida Dutra.
Existem duas tendências paralelas e contrárias: trabalhar sozinho e conviver. Como conciliar as duas coisas? Esse paradoxo foi resolvido num novo lugar de trabalhar, o coworking.
No local, trabalho é algo que se faz separado, mas junto. O coworking, ou trabalho compartilhado, reúne gente de áreas e empresas diferentes. Cada um faz o seu, mas bate papo com quem está ao lado, toma um cafezinho.
O Brasil já tem dezenas desses espaços. Por enquanto, o coworking recebe muito profissional autônomo, mas parece que isso está mudando. “Tem diversas empresas ligando, fazendo cotação, pros seus funcionários virem trabalhar no local. Às vezes tirar os funcionários de home office para ter essa integração, visando maior produtividade”, diz a sócia da Ponto de Contato, Fernanda Trugilho.
O trabalho a distância vai cada vez mais longe. Hoje em dia, com notebooks, tablets, smartphones, internet sem fio pra todo lado, o local de trabalho é o mundo.
No boteco, happy hour ou hora extra? “Trabalho numa multinacional, tem a diferença do fuso horário, isso faz com que algumas coisas que estão acontecendo e você tem que estar ligado full time”, conta o engenheiro agrônomo, Eduardo da Costa Carvalho.
Entre a vida profissional e a pessoal, uma baita promiscuidade. “Minha esposa me deu uma regra: não tem espaço na nossa cama para três itens que sou eu, minha esposa e o meu laptop, ela falou: ‘olha, ou nós dois, ou você e o laptop vão pro sofá, porque os três aqui não cabem na cama”, conta o administrador de empresas Zack Henry.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-da-globo - Por Fábio Turci
Nenhum comentário:
Postar um comentário