domingo, 28 de julho de 2013

UE dobra verba para parcerias público-privadas em pesquisa e inovação

A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, pretende dobrar a verba pública disponível para as chamadas Iniciativas Conjuntas de Tecnologia (JTIs, na sigla em inglês), parcerias de pesquisa e desenvolvimento firmadas com a iniciativa privada. Estabelecidas em 2007, as JTIs receberam € 3,12 bilhões (R$ 9,2 bilhões). Para o período 2014-2020, a previsão é de € 6,44 bilhões (R$ 19 bilhões).

Das cinco iniciativas criadas em 2007, três serão mantidas, e duas, fundidas num projeto único. Além disso, uma nova quinta iniciativa – para criar substitutos, sem origem fóssil, para os produtos petroquímicos usados na indústria – será estabelecida.

Os programas mantidos até 2020 são o Células de Combustível e Hidrogênio, para a pesquisa, desenvolvimento e demonstração da eficácia dessas tecnologias, que podem ser utilizadas para acumular energia e também para substituir os combustíveis fósseis em veículos, na Europa; o Céu Limpo, para a criação de tecnologias que tornem os aviões mais amigáveis para o meio ambiente, por meio da redução de ruído e das emissões de carbono; e a Iniciativa de Inovação Médica, com verba de € 2 bilhões.

Essa Iniciativa tem o objetivo de apoiar o processo de desenvolvimento de novas drogas, com a criação de redes de especialistas na academia e na indústria. A segunda fase desse programa terá metas específicas para a criação de novos medicamentos, como antibióticos.

Serão fundidos os programas Artemis e Eniac. Ambos lidavam com tecnologia eletrônica – o Eniac, especificamente, com nanoeletrônica – numa iniciativa única, a de Sistemas e Componentes Eletrônicos. O novo programa criado, para reduzir o uso de derivados de petróleo em processos industriais, será chamado de Indústrias Biobaseadas.

“As JTIs terão objetivos mais claros e ambiciosos, contribuindo diretamente para a competitividade e os objetivos de política pública da UE”, diz o relatório que apresenta as propostas para o período 2014-2020. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos países-membros da União.

Na documentação preparada para explicar o lançamento das Iniciativas, a Comissão Europeia diz esperar que as parcerias “estimulem investimento europeu em pesquisa, construam massa crítica ao unir esforços fragmentados e garantam uma administração eficaz e eficiente” dos programas.

“A Europa precisa investir mais e melhor em pesquisa e inovação”, afirma relatório publicado no início de julho, intitulado Parcerias Público-Privadas no Horizonte 2020: uma poderosa ferramenta para produzir inovação e crescimento na Europa. “Horizonte 2020” é o nome do programa europeu de investimento público em pesquisa científica.

O relatório prossegue: “Mais pesquisa e mais inovação são críticas para criar um crescimento econômico sustentável e empregos, além de reforçar a competitividade internacional da Europa”.

O trecho do trabalho sobre as JTIs afirma que o investimento público de € 3,12 bilhões foi correspondido por um aporte privado de € 4,66 bilhões, e que houve “progresso” e que já aparecem “sinais de impacto”. Mas a implementação, nos primeiros sete anos, também não ficou livre de problemas.

“Os relatórios e avaliações também apontaram algumas fraquezas”, diz o texto. “Essas dizem respeito, principalmente, à necessidade de um comprometimento mais forte dos parceiros da indústria, com métricas mais claras para esse comprometimento”. O trabalho também aponta a necessidade de “mais clareza” no estabelecimento das parcerias e na definição de objetivos, além de cobrar uma “maior abertura a novos participantes”. Também são mencionadas sugestões para reduzir a burocracia, principalmente na questão do financiamento.

Fonte: http://www.anpei.org.br/ - Com informações do Inovação Unicamp

domingo, 7 de julho de 2013

Startups ganham estímulo para carimbar passaporte

Prestes a completar 10 anos, a P3D, nascida na incubadora do Cietec, em São Paulo, é uma das poucas startups brasileiras verdadeiramente internacionalizadas. A empresa exporta seu software educacional 3D para 20 países, em 13 diferentes idiomas. Destinado ao ensino fundamental e médio, o aplicativo alia realidade virtual e tecnologia 3D nas áreas de ciências, geografia, biologia e química. Uma década depois de lançado, ele garante à empresa um faturamento em 2012 de R$ 16 milhões, dos quais pouco mais de R$ 2 milhões com exportação.

“As pessoas não entendiam bem como funcionava e a incubadora só nos aceitou porque um investidor anjo, intermediado pelo próprio Cietec, quis colocar R$ 1 milhão no negócio para que a ideia saísse do papel”, lembra o empreendedor Mervyn Lowe Neto.

Mais tarde, Lowe Neto resolveu bater à porta de investidores estrangeiros. “O aporte foi de R$ 1 milhão, com a obrigação de investir 50% do capital em exportações.” A empresa abriu um escritório na Espanha, ganhou vários prêmios internacionais e é apontada pelo mercado educacional como referência nesse tipo de conteúdo, usado por cerca de 5 mil escolas no exterior e mais de mil no Brasil.

Lowe Neto não esconde que exportar é caro, dá trabalho e o retorno é demorado. “O risco é grande, por isso, antes de ser seduzido pelo rótulo de empresa global, é preciso ter certeza de que o produto oferecido é realmente inovador e tem espaço no mercado desejado.”

Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, incubadora de base tecnológica com sede em Recife, concorda com o empreendedor. “O Brasil é prisioneiro do tamanho do seu mercado e o empreendedor enfrenta um ambiente hostil para implantar um novo negócio e fazê-lo deslanchar”.

O resultado desse cenário fica claro, por exemplo, quando comparados os volumes de exportação de softwares da Índia e do Brasil. Enquanto a indústria indiana registra transações da ordem de US$ 60 bilhões, por aqui, entre aplicativos e serviços, os valores giram em torno de US$ 2 bilhões, embora as duas indústrias tenham dado os primeiros passos praticamente na mesma época.

O Porto Digital, que abriga as incubadoras Portomidia e Cais do Porto, se prepara para abrir sua primeira aceleradora de empresas, em janeiro de 2014, em parceria com a Jereissati Participações.

O foco das aceleradoras são as startups com alto de poder de escala em curto espaço de tempo, daí o investimento maior em empresas de tecnologia. E o grupo é maioria entre as 2000 empresas cadastradas na Associação Brasileira de Startups, das quais apenas 20% são internacionalizadas.

É com a disposição de ampliar esse percentual que o Programa Startup Brasil, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, abrirá no segundo semestre um centro de negócios, no Vale do Silício, nos EUA. A iniciativa, que conta com a parceria da Apex, permitirá que as aceleradoras de todo o mundo, assim como outras startups, conheçam as empresas brasileiras, além de oferecer oportunidade de apoio e serviços como apresentar os empreendedores nacionais a investidores.

O programa quer ligar as startups nacionais às aceleradoras e investidores, e conta com um orçamento de R$ 40 milhões que serão usados para beneficiar 75 brasileiras e 25 estrangeiras que queiram realizar seus trabalhos no Brasil e precisem de capital.

Fonte: http://www.anpei.org.br/ - (Com informações do Valor Econômico)

terça-feira, 2 de julho de 2013

Tapete vermelho recepcionou convidados e vencedores do Spark Awards

A Microsoft Brasil e o Startup Farm, em Junho, reuniram a comunidade de empreendedores, investidores e relacionados para celebrar um mercado em crescimento – literalmente com tapete vermelho na entrada, e fotógrafos. No auditório da Microsoft, foram entregues troféus Spark Wards para vencedores de 13 categorias, selecionados por voto popular a partir de indicações. Também, 4 startups que já tinham participado de Demo Days (seja em evento, aceleradora ou edição do Farm) competiram por um troféu (e estas foram selecionadas por avaliadores, em 3 etapas).

Os vencedores levaram para casa um troféu (uma arvorezinha de metal) e uma série de abraços, sabendo que foram os mais votados pela comunidade brasileira.

O apresentador da noite foi Edson Mackeenzy (fundador do Videolog e ex-radialista), e os anfitriões foram Felipe Matos (Farm) e Silvia Valadares (Microsoft).

Vencedores do Spark Awards 2013

Melhor parceiro de comunicação e marketing: NR-7 Comunicação;

Melhor investidor anjo: Cássio Spina;

Melhor espaço de coworking: FIAP Singularity University;

Melhor cidade para empreender: São Paulo;

Melhor evento: Startup Weekend ;

Melhor universidade: UNIFEI, em Itajubá;

Melhor parceiro jurídico: Aloisio Lopes Advogados;

Melhor aceleradora: Wayra;

Melhor fundo de investimento: Rocket Internet;

Empreendedor do ano: Bel Pesce;

Startup do ano: GetNinjas;

Melhor startup latina: Easy Taxi(veja abaixo vídeos em que o co-fundador e CEO Tallis Gomes fala sobre sua nova fase de expansão, como segunda rodada de aporte; ao receber o prêmio, ele agradeceu ao seu CTO Vinicius Gracia e ao líder de mobile Marcio William);

Best of Demo Days: Wiki4Fit



Fonte: http://startups.ig.com.br/ - por Diego Remus - 25/06/2013

segunda-feira, 1 de julho de 2013

O caminho e os desafios para internacionalizar uma startup

Painel discute cenário nacional e como se preparar para conquistar o mundo

Os obstáculos que as empresas encontram no processo de internacionalização foram o tema de um painel realizado na Demo Brasil – a primeira edição latino-americana de um dos maiores encontros entre empreendedores e investidores do mundo. O debate, realizado em (26/6), reuniu Francisco Saboya, presidente do Porto Digital; Sérgio Risola, presidente do Cietec; Nicolas Shea, fundador do Startup Chile; Márcio Marques Brito, gestor de projetos de startups do Sebrae Nacional; Augusto Ferreira da Costa Neto, chefe de departamento de investimento em fundos da Finep; e Flavia Egypto, analista de investimentos da Apex.

Shea falou sobre o trabalho da Startup Chile, programa de aceleração criado pelo governo chileno que reúne empreendedores de todo o mundo. Para Shea, esse caráter globalizado é algo natural de qualquer startup e do próprio empreendedorismo. “O empreendedor de verdade não se move apenas por lucro ou sucesso. Ele quer mudar o mundo”, afirmou.

Os painelistas brasileiros concordaram que há um ambiente propício e algumas ferramentas e programas que auxiliam no processo de internacionalização de um negócio, de organizações como o próprio Sebrae, Apex e Finep. Saboya ressaltou, porém, que todas essas ações ainda não são suficientes para estimular a corrida para outros países. “A tributação e a burocracia excessivas ainda gastam a energia da startup logo no começo”, disse. Saboya lembrou que muitas dessas empresas ficam dependentes do tamanho e das possibilidades de crescimento no Brasil e se esquecem dos benefícios de ter um negócio globalizado.

O grupo resumiu algumas dicas que podem ajudar uma startup na hora de fazer as malas e se internacionalizar:

- A empresa precisa surgir globalizada. Sua identidade visual, seu público-alvo, seu produto ou serviço, tudo deve ser pensado tendo em vista não só o Brasil, mas todos os outros países que ela pretende alcançar futuramente;

- Use a internet a seu favor para procurar programas nacionais que estimulem e financiem esse processo, dando assessoria e conhecimento;

- A internet será sua aliada também para descobrir se o país de destino fornece algum tipo de subsídio, as legislações específicas e o que esperar culturalmente;

- Procure se preparar para cursos ou programas de aceleração internacionais que possam catapultar uma presença internacional;

- Formate pitches e apresentações para a busca de investidores também estrangeiros, que possam ajudar o processo com contatos e mentoria.

Fonte: http://revistapegn.globo.com/ - Por Rafael Farias Teixeira - 27/06/2013