sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Como empresas brasileiras estão ingressando na inovação.

Apesar de algumas barreiras, muitas companhias contam com estruturas para aumentar sua competitividade no mercado.

Ainda que alimentada pela evolução das políticas públicas de incentivo dos últimos anos, a inovação no Brasil sofre uma série de obstáculos. No entanto, embora o País esteja longe de ter um ambiente de processos inovadores como o de outros mercados emergentes, como China, Índia ou Coreia do Sul, por aqui algumas grandes empresas brasileiras se destacam por investirem fortemente em pesquisa e desenvolvimento.

Já faz algum tempo que essas companhias fazem parte de um grupo seleto que desenvolve ideias em relação a processos, produtos ou serviços. E nos últimos anos, à essa elite de inovadores juntaram-se algumas multinacionais, que passaram a investir em P&D em suas subsidiárias locais, inserindo o Brasil em suas estratégias globais de inovação.

O Bradesco possui uma área chamada Departamento de Pesquisa e Inovação Tecnológica (Dpit), que possui interação importante com todas as áreas e tem a missão de buscar inovação e trazer o que tem de mais moderno. São cerca de cem pessoas com a missão de prospectar, dentro e fora do País, as novidades tecnológicas. Essa “busca” do Dpit inclui convênios com entidades nacionais e internacionais.

No Brasil, o banco possui inúmeros acordos com instituições de pesquisa, como o CPqD; o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) e Universidade de São Paulo (USP). Entre as entidades conveniadas fora do País está o Massachusetts Institute of Technology (MIT).

O vice-presidente executivo do Bradesco, Laércio Albino Cezar, cita o sistema biométrico, implementado para substituir o uso de senha nos caixas eletrônicos. “O departamento identificou no Japão um sistema inovador no Banco UFJ [um dos maiores do país]. A área deparou-se com uma biometria que não era conhecida no ocidente e decidimos trazê-la para o Brasil”, diz o executivo.

Outro exemplo foi a parceria com a Samsung, para o primeiro aplicativo financeiro acessado via TV conectada. Lançado em meados de junho, permite aos clientes consultar informações de conta corrente, como saldo, investimentos e demonstrativo das movimentações. “A Samsung tinha a tecnologia e procurava um parceiro do setor financeiro e nossa equipe de pesquisa identificou a oportunidade. Três semanas após o lançamento, tivemos mais de 2 mil downloads.”

“O Bradesco foi precursor em inúmeras iniciativas em débito automático e cobrança eletrônica, em 1976. Lançamos o primeiro ATM, em 1982. Fomos o quinto do mundo e o primeiro no Brasil a oferecer o internet banking, em 1996”, afirma.

Nos últimos anos, o setor de petróleo e gás ganhou peso no que se refere à inovação. Nesse caso, a Petrobras é a protagonista. Os investimentos em P&D da estatal devem atingir 1,2 bilhão de dólares em 2011. “Esses gastos nos coloca entre as quatro maiores no setor de petróleo e gás no mundo. Do total, 60% são dedicados à exploração de óleo e gás, 25% em petroquímica , 10% em sustentabilidade, e 5% em energias renováveis e biocombustíveis”, informa o gerente-executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga. O executivo informa que a Petrobras já registrou 3,5 mil patentes, das quais 1,3 mil no Brasil e o restante no exterior.

A exploração de reservas de óleo na chamada camada pré-sal tem impulsionado os investimentos em tecnologia. “O pré-sal é resultado de um esforço de pesquisa de tecnologias desenvolvidas que nos permitiram enxergar camadas de rocha abaixo dessa de sal”, diz o executivo. Segundo ele, foram técnicas sísmicas de imagem em profundidade, semelhantes a uma ultrassonografia, que possibilitaram à empresa ter uma imagem abaixo da superfície do sal. “Foi um grande salto tecnológico e o segundo salto foi perfurar e, agora, há grandes oportunidades de inovação.”

Para avançar tecnologicamente, a empresa tem acordos com cerca de cem universidades e centros de pesquisa, baseados no modelo de redes temáticas. “Escolhemos 50 temas e identificamos quais são os atores. Investimos neles para desenvolver centros de pesquisas e envolver nossos fornecedores. Entre os parceiros da empresa estão GE, Mannesmann do Brasil, Confab, IBM, Usiminas e Siemens. São dezenas de acordos de cooperação, de construção de centros tecnológicos.

Temos alguns programas que podem mudar radicalmente o processo de exploração”, diz Fraga.
Na parceria com a Siemens, por exemplo, o objetivo é desenvolver tecnologias para uso submarino. “Uma das fortes tendências atuais é tecnologia submarina para equipamentos e processos. Você passa a realizar atividades que atualmente são realizadas na superfície levando-as para o fundo do mar”, informa o diretor de Tecnologia e Inovação da Siemens, Ronald Dauscha.

Eleita em 2011, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a companhia que melhor administra e incentiva iniciativas de inovação entre as empresas de médio e grande portes no setor industrial do País, a Siemens está entre as multinacionais que incrementaram sua área de inovação no Brasil. Mantém seis centros de pesquisa, com destaque especial para soluções e produtos para o setor de energia. Recentemente, anunciou a instalação de um centro de P&D, voltado para o setor de petróleo e gás. A unidade será instalada no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, e receberá investimentos de cerca de 50 milhões de dólares.

Já no setor de agronegócios, vale destacar a ETH Bioenergia. Fundada em 2007, já nasceu dentro do conceito inovador. Segundo o diretor de Inovação e Tecnologia da empresa, Carlos Eduardo Calmanovici, um dos focos da ETH é o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar mais adequadas às áreas em que a empresa está atuando. “O Brasil tem um histórico de grande variedade de cana, mas muito focado no estado de São Paulo. A ETH está crescendo em áreas de fronteira, em solos mal-utilizados. Estamos identificando tipos de cana-de-açúcar adaptadas a essas regiões.”

Com esse objetivo, a ETH fez parcerias com institutos de pesquisa como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). A ETH também possui um programa para melhoramento do processo de fermentação de etanol, que é desenvolvido em parceria com institutos de pesquisa e universidades, como a Unicamp. As pesquisas com leveduras mais robustas podem elevar em 1,5% a 2% a produção de etanol para a mesma quantidade de cana de açúcar.

Outra empresa que investe fortemente em inovação é a Braskem, gigante petroquímica brasileira. A empresa gasta anualmente cerca de 60 milhões de dólares em P&D. “A inovação faz parte da nossa estratégia de médio e longo prazo”, informa o diretor da área de inovação da companhia, Carlos Cassinelli.

Segundo ele, as pesquisas estão voltadas para competitividade da empresa, redução de custos de processamentos, redução de consumo de energia e otimização de processos. A inovação também está voltada para produtos como o plástico verde, feito a partir do etanol. A empresa tem parcerias com inúmeras universidades como a Universidade Federal de São Carlos, Unicamp e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de institutos de pesquisas fora do País.

Fonte: Por LUCAS CALLEGARI, da Computerworld - http://computerworld.uol.com.br

domingo, 25 de setembro de 2011

Criatividade e inovação enquanto diferencial competitivo: o caso Apple.

Esta publicação trata da inovação e do processo criativo enquanto diferenciais de organizações no processo mercadológico. Usando como objeto de análise a empresa Apple, ele correlaciona os produtos e o sucesso empresarial de seu fundador Steve Jobs com suas inovadoras estratégias corporativas.

É preciso compreender a inovação enquanto fator condicional para criar, manter e prosperar em mercados cada dia mais exigentes. Esta idéia, forte e condicional, tem constituído elemento fundamental da cultura organizacional das grandes empresas, que a cada dia se reinventam e descobrem novas formas de se manterem e ampliar sua participação mercadológica.

O presente texto pretende discorrer sobre isso. Sobre inovação e sobre a criatividade enquanto componente da inovação. Além de relacioná-las com o sucesso empresarial enquanto diferenciais competitivos. Num segundo momento, pretende estabelecer uma conexão entre o sucesso organizacional da Apple - na sua guinada com o retorno de Steve Jobs - e o gênio criativo da empresa.

Mas afinal, o que é criatividade?

Uma das definições para terminologia, descritas pelo dicionário Houaiss é “inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, quer no científico” (HOUAISS, 2009).

Criatividade, do ponto de vista organizacional é a capacidade de construir alternativas mercadológicas, seja através dos compostos de marketing ou através de intervenções na organização a fim de resolver problemas na sua gestão ou conturbações nos ambientes interno e externo.

Ser criativo está fortemente vinculado à capacidade de compreender o mercado e propor soluções que mantenham e valorizem uma marca, que a façam capitalizar e obter lucro. É importante salientar que as novas tendências de mercado, preocupadas com a responsabilidade social e ambiental enfatizam o papel estratégico da criatividade enquanto capacidade de alinhar os interesses econômicos das empresas com o desenvolvimento sócio-ambiental.

Organização e método: o poder do planejamento criativo

Ser criativo, entretanto, não dispensa organização. Existe hoje uma pseudocompreensão de que criatividade está conectada à desorganização. A Apple, sendo uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, com invenções inovadoras, tem um método de criação orientado a resultados, decorrência de um processo de planejamento metódico, embora não estático.

Para Kotler e Keller (2006, p.41), o Planejamento de Marketing é “o instrumento central para direcionar e coordenar o esforço de marketing”. O Planejamento tem a função de organizar as linhas centrais da estratégia corporativa. A partir dele estabelece-se os alicerces do processo criativo, funcionando como a âncora que otimiza a visão de negócio.

O elemento criatividade também funciona como eixo articulador entre Planejamento e resultados. Construir a leitura correta dos objetivos estratégicos e transformá-las em objetivos táticos para as unidades organizacionais demanda um esforço criativo.

Criatividade: um poder do capital humano

Funcionalmente, inovação (e a criatividade, enquanto componente desta) são processos fortemente ligados às pessoas. Ao quanto estão envolvidas, motivadas e o quanto são conhecedoras dos processos organizacionais e seus mercados. Para Jobs, a inovação “não tem nada a ver com a quantidade dólares que se investe” numa empresa. “não é questão de dinheiro. É a equipe que o empreendedor tem sua motivação e o quanto compreendem do negócio” (KAHNEY, 2009, p. 162).

Qualificação não é uma característica acadêmica, apenas. Tem haver com a experiência e capacidade de observação (sendo esta última, uma premissa para a criatividade). A experiência, enquanto conhecimento empírico é uma qualificação inestimável. Não é a toa que o capital humano vem a cada dia tomando grande importância nas questões gerenciais. Uma vez que o colaborador interno é o direcionador do desenvolvimento da empresa, enquanto executor de sua estratégia e enquanto avaliador da efetividade de suas estratégias, ele é um parceiro fundamental para o sucesso empresarial.

Todavia, além da qualificação empírica (a experiência), o currículo formal igualmente tem papel capital no desenvolvimento das políticas organizacionais. Não é uma característica dispensável, ao contrário, apresenta-se como um pré requisito.

A inovação, enquanto fenômeno sociológico está ligado à capacidade de comunicar valor às pessoas, de estabelecer conexões psicológicas excelentes e superiores às dos concorrentes, enfim, fazer com que o cliente esqueça-se de outras marcas. “O propósito do propagandista é fazer que um conjunto de pessoas esqueça que outros grupos de pessoas são humanos” (HUXLEY, 1936, apud LOCKE, 2002, p.79).

Convergência tecnológica

A criatividade, na era contemporânea, (especialmente nos últimos 20 anos) enquanto processo essencialmente humano é um composto que aliado à tecnologia e aos sistemas de informação traz resultados formidáveis. Nesta dimensão, a publicidade, vista enquanto arte assume uma importância diferenciada no processo de marketing.

“Assim, a partir da era digital, as tecnologias numéricas permitem que a criatividade do artista acione a linguagem simbólica de processos computacionais gerados a partir de cálculo numérico: o abstrato da matemática gera cenas. O processo ganha também a magia própria dos sistemas interativos para a aquisição e comunicação de sinais por interfaces que conectam informações do mundo exterior: ruídos, gestos, voz, calor, movimento, entre outros sinais, devolvendo-os em paradigmas computacionais que geram cenas em tempo real.” (DOMINGUES, 2004, p.7)

A globalização trouxe novos paradigmas para os mercados e para a sociedade como um todo. O processo de inovação está fortemente vinculado a capacidade de lidar com as novas tecnologias e transformar suas ferramentas em vantagens competitivas.

Este processo de inventividade deve ser acompanhar a lógica mercadológica, o comportamento dos consumidores e estar atento às tendências uma vez que as tecnologias são altamente dinâmicas.

As tecnologias trouxeram a concepção de marketing global. A internet quebrou com as barreiras nacionais e o mercado tonou-se apenas um: a grande aldeia global, o planeta terra.

Para Kotler e Armstrong (2006, p. 442) “hoje em dia, graças à grande oferta de novas tecnologias digitais, as empresas de marketing direto podem alcançar consumidores e interagir com eles praticamente em qualquer lugar, a qualquer hora e sobre praticamente tudo”. Esta realidade expressa por Kotler se aplica a todas as empresas no redor do globo.

O processo de inovação, assim, está simbioticamente atrelado às tecnologias num processo irreversível, onde desenvolver novas possibilidades tecnológicas pode representar liderar um mercado, se manter nele ou falir.

Apple

A Apple é vista como sinônimo de quase tudo isso que falamos até aqui: inovação, tecnologia e comunicação. A empresa demonstra desde o nome uma intenção estratégica interessante: o que você pensaria de uma empresa de tecnologia que se chama maçã?

A Apple Computer Inc. foi fundada em 1976 por Steve Jobs, então com 21 anos e Stephen Wozniak, com 26. Ela funcionava na garagem dos pais de Jobs e para iniciar suas atividades, contou com investimento vindo da venda de uma Kombi de Jobs e de uma calculadora de Wozniac.

Em 1980 a empresa se lança no mercado de capital aberto tendo a maior oferta pública de ações desde 1956 (recorde da Ford Motors), tornando multimilionários rapidamente os funcionários que tinham opções por ações.

No início dos anos 80, o Apple II tornou-se o primeiro PC de sucesso para o mercado de massa. Através da Apple o mundo conheceu a interface gráfica, tecnologia que mais tarde transformaria o sistema DOS na plataforma mais popular do mundo: o Windows.

Em 1985, a empresa começa a fazer grandes mudanças organizacionais: a empresa pressiona para que Steve Jobs se retire do seu quadro gestor. Após um desgaste muito grande pelo controle da empresa com outro executivo, Jobs se retira da Apple.

Nos dez anos seguintes, a empresa mudaria profundamente seus negócios, sua filosofia e cultura organizacional e começa a perder posições no mercado de computadores. De líder de mercado, dos anos 70 a empresa passa a ser um fracasso no final dos anos 90. Para se ter uma idéia, em 1995 a empresa registrou a maior venda de sua história, 4,7 milhões de Mas. Em 94, inclusive, a empresa detinha 10% do mercado mundial de computadores.

Depois de uma série de erros, como licenciar seu sistema operacional para rodar em clones, multiplicar sua linha de produtos e perder o foco do seu negócio, a empresa teve uma queda profunda em sua arrecadação e em 1996 registrou um prejuízo de 69 milhões de dólares.

De 1996 a 1997 a situação ficou critica. A participação de mercado da Apple caiu a 3% do mercado mundial em cerca de um ano e meio e registrou prejuízo recorde, perdendo 1,6 bilhões de dólares.

A volta de Jobs

De acordo com Kahney, o grande erro da Apple foi dispensar Jobs. Reconhecido por ter um comportamento temperamental, o executivo que após a Apple, fundou (a partir de um estúdio comprado de George Lucas) a Pixar, que desenvolveu o sucesso Toy History e Procurando Nemo – hoje, parte do portfólio de negócios da Walt Disney – Jobs retorna a empresa que fundou.

Em 1997, o CEO da empresa, Gil Amélio traz Jobs de volta ao cenário da empresa côo conselheiro especial. Amélio comprou a empresa Next, de Jobs, fundada quando ele saiu da Apple. Incorporando o seu sistema operacional e evoluindo a plataforma dos computadores da Apple.

Na análise de Jobs, no seu regresso à empresa, faltava um detalhe para que a Apple voltasse à cena: identificação com o mercado. Para eles os produtos perderam seu interesse.

De fato a linha de produtos da Apple tinha se diversificado muito. Eram diversas as linhas de produtos, cerca de 40, entre computadores, laptops, impressoras. Diversas sublinhas para cada linha, ao ponto em que o consumidor nem sabia mais o que era melhor adquirir. Além de uma infra-estrutura inchada e estática.

Jobs, no segundo semestre de 1997 volta a ser o CEO interino da empresa. A diretoria da empresa afasta Amélio e recoloca Jobs no seu antigo posto na organização.

O início das mudanças

As mudanças da Apple começaram pelo planejamento de seu portfólio. Além de alterar a equipe que chefiava a empresa, Jobs se reuniu com cada unidade de negócio e projetos da empresa a fim de entender o que projetavam.

Após o diagnóstico das condições organizacionais, a Apple decidiu alterar drasticamente sua estrutura e linha de produtos. Retomou o diálogo com a Microsoft, enquanto desenvolvedora da suíte Office – capital para o sucesso dos computadores da Apple.

Além disso, a percepção do valor de marca foi fundamental na virada da empresa. A Apple percebeu que seu maior ativo é a sua marca, e que embora houvesse um desgaste de diversos aspectos do negócio, a marca continuava forte. Assim um investimento maciço no valor da marca, e em especial nos cliente (a época, cerca 25 milhões) demarcaram a nova estratégia organizacional da empresa.

A Apple também acabou com o negócio dos clones. Se alguém quisesse um Mac, deveria comprá-lo da Apple, não um similar. Esta medida eliminou grande parte da concorrência direta. É importante apontar que nesta retomada, a Apple percebeu que seu negócio não era o mesmo da Microsoft e que as duas empresas tinham mercados estratégicos diferenciados.

A empresa reverteu em seu favor diversas parcerias estratégicas, transformando beneficamente suas relações com fornecedores e parceiros de negócios.

A Apple cancelou diversos projetos, que eram “onerosos e não traziam resultados”, e concentrou seus esforços na construção de produtos alinhados ao seu novo core business. A maior alteração da Apple foi na linha de produtos. Ao delimitar e segmentar sua linha, ela fez um esforço estratégico a fim de focar seu mercado e inovar onde ela realmente é forte. A empresa simplificou sua linha em uma matriz 2x2 (portátil e de mesa – doméstico e profissional). Ou seja, eram apenas quatro máquinas: dois laptops e dois desktops, para usuários ou profissionais.

Além disso, a empresa redemarcou seu core business, a missão da Apple condicionou-se a “construir computadores fáceis de usar para consumidores e profissionais criativos”.

A segmentação da Apple também é parte da sua visão de negócios. O negócio da empresa não está em vender produtos a preço popular. Existe, em função da percepção do valor de marca, conforme já mencionamos anteriormente, o objetivo de realizar uma projeção de valor agregado aos seus produtos. Na concepção da Apple, seus produtos não são commodities e a importância de suas vendas está concentrada em propiciar experiências diferenciadas ao cliente no uso de seus produtos.

Foco na inovação simplificada

Para quê inovar complicando? As inovações na empresa de Steve Jobs não ficaram apenas na mudança do core business ou nas intervenções organizacionais. Era preciso mais: A Apple desenvolveu uma série de produtos muito criativa, e chegou a era dos iPods (com os tradicionais, nano, shuffle, e touch) e destes, para os iPhones, um dos maiores sucessos da telefonia mundial.

Além do player iTunes, lançado em 2001, que mescla, em seu software as características de tocador de música digital e webstore. Este inclusive é a maior galeria de música digital legalizada do mundo, vendendo clipes, músicas, filmes e séries.

O iPhone é o ápice da nova cultura da empresa, ele demarca um novo paradigma nas relações de interação com os telefones e na integração destes com a internet e com os computadores. Ele representa segundo a própria Apple “um jeito simples de usar tecnologia, de forma criativa para um mercado diferenciado”.

A empresa também trouxe um novo conceito em cores com o lançamento do iMac, que vendeu 6 milhões de unidade e se tornou o computador mais vendido da história. Neste inclusive, com uma nova e criativa metodologia tecnológica que se configurou enquanto vantagem competitiva: interface amigável, fácil configuração e personalidade própria. O iMac também foi pioneiro, ele não tinha o drive para disquete numa época em que os disquetes eram indispensáveis e foi uma das primeiras máquinas a usar o USB.

A máxima: fazer poucas coisas bem feitas para ser bem vendidas cai como uma luva para a nova Apple. Simplicidade e criatividade dão a tônica deste novo cenário. Inclusive para Jobs, criatividade é simplesmente “conectar as coisas”.

Conclusão

Os resultados da Apple confirmam que sua estratégia estava certa. Que investir em inovação, permitindo a criatividade simplificada dá certo. O gênio criativo da empresa sempre foi sua marca registrada.

Além disso, a gestão de Jobs acertou em outras dimensões. Focar o negócio e segmentar foi inteligente, pois possibilitou a concentração de suas forças no seu mercado-alvo.

E os resultados da empresa começaram em 1997 mesmo. O lançamento do Power Macintosh G3 agradou o público profissional, vendendo um milhão de unidades em seu primeiro ano. E seguiu-se outros sucessos, o iBook, e o PowerBook de titânio. E depois, o iMac.

A empresa também cortou os custos com estoque em mais de 75% com o corte no número d elinhas de produto, outra vantagem do foco estratégico da empresa. Possibilitando uma economia de mais de 300 milhões de dólares em um ano. É importante salientar que antes desta decisão, a empresa era obrigada a fazer grande depreciação dos preços para vender o estoque.

Além disso, a Apple acertou na construção de seus produtos e no investimento no valor da sua marca: enquanto a Dell lucrava cerca de U$$25,00 por unidade produtiva a Apple ganha cerca de U$$ 875,00. Para se ter uma idéia, a empresa registrou um lucro de U$$ 818 milhões, enquanto a Dell, que detém 30% do mercado americano registrou U$$2,8 milhões. E a Dell vende cinco vezes mais máquinas que a Apple. Em outro comparativo, pode-se perceber oi acerto na segmentação e na proposição de valor de marca da empresa. Enquanto sua margem de lucro é de cerca de 25%, a Dell registra 6,5% e a HP, menos de 5%.

A Apple conseguiu, além de retomar a parceria com a Microsoft através do Office, em meados de 1998, um investimento de 150 milhões de dólares da empresa de Bill Gates. Para Kahney, o investimento foi simbólico, mas o mercado reagiu e as ações da Apple subiram 30%.

Este episódio estabeleceu um marco na relação entre as duas empresas. De um lado a Microsoft conseguiu que o Internet Explorer fosse o browser padrão dos computadores da Apple, e que a empresa retirasse um processo antigo por plágio. E por outro, além do feito histórico de manter o Office, capital para o Mac, o investimento da Microsoft atraiu investidores para Apple. A inovação nas alianças da empresa foi capital para seu sucesso. Neste sentido, o foco no objetivo possibilitou uma negociação muito interessante para as duas organizações.

Além destes resultados, os produtos da Apple são reconhecidos pela excelência no design, nas cores e formatos. Propiciar uma experiência inovadora ao cliente e o conceito de tecnologia de ponta são proposições de valor da marca.

Em 2007 a Apple retirou o “Computer” de sua razão social, (se tornando Apple Inc.) dando a clara compreensão de que o investimento em entretenimento e outros equipamentos e tecnologias digitais serão parte do seu portfólio de negócios.

Atualmente a empresa emprega mais de 20 mil funcionários no planeta e opera em 180 pontos de venda espalhados por todos os continentes, e mostra que investir em criatividade e através desta, a inovação será uma marca contínua de sua filosofia organizacional, pois já se transformou numa vantagem competitiva inestimável e comprovadamente bem sucedida.



Fonte: http://www.administradores.com.br - por: Frederico Mendes de Carvalho

REFERÊNCIAS

CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA. Manual para elaboração e apresentação dos trabalhos acadêmicos: padrão Newton Paiva. Belo Horizonte, 2008. 88 p.

DOMINGUES, Diana Maria Gallicchio. Ciberespaço e rituais: tecnologia, antropologia e criatividade. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, n. 21, p. 181-198, jan - jun. 2004.

KAHNEY, Leander. A cabeça de Steve Jobs. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009. 286 p.

KOTLER, Phillip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 12. ed. São Paulo: Person Prentice Hall, 2007. 600 p.

KOTLER, Phillip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Person Prentice Hall, 2006. 750 p.

LOCKE, Cristopher. Marketing muito maluco: vencendo as práticas menos convencionais. 1. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 269p.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Convergência digital é realidade!

Já somos um país que tem mais celulares do que habitantes – 210,5 milhões de assinantes de telefonia celular, de acordo com os últimos números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, contra os cerca de 190 milhões de habitantes registrados no último Censo. Isso sem falar nos milhares de iPhones, iPads e outros dispositivos móveis. Não há como negar: o presente e o futuro estão na democratização da mobilidade.

Não se trata de colocar outras soluções tecnológicas de lado, mas as empresas que têm mais chances de se sair melhor num setor tão competitivo como o de TI são aquelas que melhor atenderem às demandas de clientes ávidos por aumentar seu leque de possibilidades de integração com os consumidores. Não se trata de apenas trazer inovação, mas oferecer soluções de modo rápido, seguro e alinhado às necessidades do cliente.

Um novo mercado está se abrindo a passos firmes, tanto para o mundo corporativo quanto para o consumidor. As vantagens dos serviços de mobilidade já estão sendo disponibilizadas pelos principais bancos e redes varejistas. O desafio será sua massificação. Só assim será possível vencer a resistência ainda enfrentada em algumas empresas e consumidores finais em relação ao novo, especialmente quando se fala em segurança.

A convergência já é realidade. Logo mais, Londres dará um grande exemplo. Com a Olimpíada de 2012 na mira, os britânicos já têm mais de 60 mil estabelecimentos comerciais habilitados para receber pagamentos via celular. O mobile payment segue para se consolidar no mercado como uma opção ágil, segura e democrática no pagamento de serviços e compras. Com a possibilidade de digitar a senha no teclado do próprio celular, o pequeno comerciante poderá disponibilizar essa praticidade ao cliente sem grandes investimentos.

Sem o cartão de crédito físico, também se ganha com o barateamento do processo. O cartão ainda tem fôlego para caminhar lado a lado com as novas tecnologias por um bom tempo. Por outro lado, cada vez mais os dispositivos móveis vão acumular novas funções. A e-wallet logo embarcará nos celulares e afins, e não só com cartões de crédito, mas também com o CPF, o RG e a carteirinha da academia. Recentemente, em uma feira de tecnologia nos Estados Unidos, vi um aplicativo para dispositivo móvel que faz a tradução simultânea de uma conversa, derrubando a barreira da linguagem. Nos Estados Unidos e na China, deficientes visuais já podem fazer a leitura de textos passando o celular sobre o documento.

Por aqui, a fase é incipiente. Vemos empresas que querem complementar seus serviços oferecer soluções de mobilidade a seus clientes, mas o orçamento não acompanha essas aspirações. Ao mesmo tempo, aquelas que superam as resistências iniciais e saem na frente, ainda estão na fase de experimentação. É na segunda etapa que as empresas e instituições começam a buscar o algo mais. Não seria muito mais efetivo convidar o consumidor a ver suas promoções enquanto ele está passeando no shopping? E a praticidade – já real – de poder localizar a agência ou o correspondente bancário mais próximo com alguns cliques?

A meta atual é encontrar soluções capazes de agradar a todos: facilitar a vida dos consumidores e agregar valor às empresas. Enfim, esse é o momento de focar na qualidade e na democratização dos serviços de mobilidade.


Fonte: http://www.tiinside.com.br

domingo, 18 de setembro de 2011

Inovação depende da integração empresa, governo e universidade.

Saiba como as universidades têm feito a lição de casa estimulando a criação desse tripé.

O conhecimento tem de ser transformado em riqueza ­ papel da empresa. "Cabe ao governo, articular esse processo de criação de valor para a sociedade", afirma Jorge Audy, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Segundo ele, a inovação envolve de forma integrada empresas, governo e universidades, sendo que cada um tem papel complementar. A academia é fundamental no processo de geração do conhecimento.

E as universidades têm feito a lição de casa. A Fiap, instituição de ensino em Gestão e Tecnologia da Informação, no ano passado preparou para o mercado cerca de 400 pessoas nos cursos de graduação.

"Além disso, aqui os professores atuam no mercado, pois é importante levar essa visão para os estudantes. E para estarmos em linha com o avanço tecnológico, realizamos palestras para os alunos com empresas que possam compartilhar o conhecimento", explica Nathalie Trutmann, diretora de Inovação da Fiap.

Nathalie afirma que a instituição incentiva, por meio de concursos e desafios, que os estudantes desenvolvam inovações com base nas necessidades da sociedade. Exemplo recente é o do empreendedor Augusto Cesar de Camargo Neto, vencedor do concurso Call to Innovation, promovido pela Fiap.

Ele apresentou uma nova aplicação para a tecnologia RFID. Com a fixação de pequenas tags RFID em celulares, os aparelhos ganham outras funções além das tradicionais. Ao pegar uma fila para preencher o cadastro na entrada de uma empresa, por exemplo, basta a pessoa aproximar o telefone do leitor para informar os dados.

A solução pode ser empregada ainda na área da saúde. Informações sobre doenças, alergias e medicações são cadastradas na tag e podem ser consultadas em caso de emergência.

Outra forma de impulsionar a inovação, acredita Inomar Mourão Gil Nunes, coordenador de Inovação e Internacionalização da Fumsoft ­ que atua na criação, capacitação, qualificação e fomento de organizações de software em Minas Gerais­, é criar condições adequadas para o desenvolvimento de produtos diferenciados. Neste ano, a Fumsoft vai intensificar ações para atingir esse objetivo. A instituição monta um centro de pesquisa para que empresas de Minas Gerais, onde está situada, possam criar tecnologias. "Universidades da região, como a PUC Minas e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vão ajudar nesse processo", diz.

"As atividades já existiam desde 2005, e ganharão força após a finalização do centro", aponta Nunes. Segundo ele, nos últimos cinco anos, a Fumsoft desenvolveu 24 projetos de inovação tecnológica. "Em captação de recursos com Finep, CNPq, Fapemig etc, foram mais de 9,5 milhões de reais. Esses projetos geraram faturamento bruto de quase 40 milhões de reais e criaram cerca de 90 empregos na região", lista.

A instituição conta ainda com um programa de incubação. "São 22 empresas graduadas aqui que estão no mercado e registram, cada uma, faturamento de 17 milhões de reais por ano."

A Unicamp não possui um centro de pesquisa e desenvolvimento, mas faz, por meio da Agência de Inovação Inova Unicamp, o papel de articulação entre a universidade e as empresas para viabilizar inovações. A Inova atua tanto na oferta de tecnologia já desenvolvida e patenteada na universidade como na procura de oportunidades de interesse das empresas.

"Buscamos aqui quais são as pesquisas com potencial de inovação e identificamos quais empresas querem prosseguir com o desenvolvimento para que ela seja colocada no mercado", pontua Roberto de Alencar Lotufo, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp. Por ano, a Inova realiza, em média, 50 pedidos de patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Além disso, entre 2004 e 2010, a agência foi responsável pela articulação de 51 contratos de licenciamento de tecnologias com 44 empresas. De acordo com Lotufo, as companhias que mais registraram interesse são as que atuam nos setores de Saúde e Química.

Fruto dessa interação com o mercado é o contrato de licenciamento que a Unicamp estabeleceu em 2007 com a Contech Sistemas Químicos Integrados, com sede em Valinhos (SP), para viabilizar um produto que efetua o tratamento de efluentes industriais. Coube a partir de então à Contech a finalização do desenvolvimento e a comercialização da solução.

Sem apagão de projetos
Para identificar projetos alinhados às necessidades do mercado, Marinilza Bruno de Carvalho, coordenadora de Inovação do InovUERJ, que tem no DNA a capacidade de realizar a articulação da universidade com a sociedade, adotou uma estratégia inusitada.

"Como os projetos estão espalhados pela UERJ, criamos com eles um catálogo com base no Currículo Lattes dos docentes. Levantamos 4.158 mil projetos em diversas áreas, gravamos o conteúdo em mais de 5 mil pen drives e distribuímos para empresas e demais interessados", conta. Ela espera que essa iniciativa possa render frutos em breve e levar para a sociedade soluções de ponta. Em 2010, a universidade depositou 11 patentes e quer aumentar esse número.

"Aqui, nunca tivemos apagão de projetos e a parceria com empresas é muito forte. A Petrobras é um exemplo. A companhia quer construir um prédio na UERJ, em parceria com as áreas de Biologia e Bioquímica, para estar mais próxima da academia e desenvolver projetos nesses setores", afirma Marinilza.

Na UERJ, Marinilza diz que, muitas vezes, as empresas procuram a universidade para estabelecer contratos de desenvolvimento. "Os professores também são procurados. E outras vezes ainda vou pessoalmente até às organizações sugerir projetos. Há um contato constante", pontua.

A PUC-RS também possui forte parceria com companhias, assegura Audy. "Aqui tratamos todos os projetos com a mesma atenção e cuidado, sejam eles públicos ou privados, nacionais ou internacionais", assinala.

"Diversos projetos nas mais diversas áreas são feitos por aqui. O Parque Científico e Teconológico (Tecnopuc) é o maior parque hoje do Brasil. São mais de 4 mil pessoas e 80 empresas, como HP, Microsoft, Dell, Sonae, que atuam em um ambiente de pesquisa e inovação", afirma.

Como resultado desse trabalho, somente no ano passado, a PUC-RS depositou 75 patentes no Brasil e 36 internacionais e foram concedidos dois licenciamentos para um laboratório farmacêutico nacional. Além disso, 48 marcas e 11 software foram registrados. Projetos com agências públicas, como Finep, BNDES, Capes e CNPq também são desenvolvidos e passam a gerar riqueza e renda para a sociedade.

O resveratrol [molécula encontrada no suco de uva preta, vinho tinto e plantas], que foi licenciado pela Eurofarma, é um dos inventos da PUC-RS que será comercializado em 2013. Cinco laboratórios das Faculdades de Química e Biociências participam do desenvolvimento da patente. O produto será futuro medicamento para quem possui diabetes e doenças degenerativas.

O Centro de Estudos e Sistemas Avançados (C.E.S.A.R) [centro privado de inovação que cria produtos, serviços e empresas com Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs)] desenvolve produtos e serviços que cobrem todo o processo de geração de inovação para empresas e indústrias em setores como telecomunicações, eletroeletrônicos, automação comercial, financeiro, mídia, energia, saúde e agronegócios. Começou em uma sala pequena dentro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em 15 anos cresceu, mudou de casa e conta hoje com cerca de 400 funcionários.

Somente no ano passado o C.E.S.A.R. desenvolveu 113 projetos. Um deles envolveu a criação de 110 aplicativos que são comercializados na loja da Samsung. Entre eles o Timetable for Children [aplicativo para que os pais controlem e não esqueçam os compromissos dos filhos]. "Somente nele, 60 pessoas estiveram envolvidas", contabiliza Sérgio Cavalcante, superintendente do C.E.S.A.R.

Mesmo que esse quadro de interação universidade-empresa esteja mudando, Cavalcante aponta que ainda hoje algumas universidades preferem não trabalhar em projetos com empresas por acreditarem que essa ação fere a autonomia acadêmica.

Ele afirma que já ouviu esse discurso de algumas instituições. "Alguns confundem autonomia universitária com autoritarismo. A universidade tem o direito de recusar, no entanto, não deve fazer isso sem ao menos ouvir a proposta", diz.

Não é o que acontece, de acordo com Cavalcante, na Universidade Federal de Pernambuco, onde ele também atua como docente. "A instituição tem longo histórico de relacionamento com empresas e percebemos que as pesquisas e as aulas melhoraram, e a comunidade acadêmica passou a ter uma visão de problemas reais. Isso enriquece o aprendizado e a pesquisa", completa.

Artigos x patentes
Outro gargalo é a questão das patentes. "O País inova pouco e quando isso acontece não faz o registro por meio de patentes", sentencia Cavalcante.

Concorda com ele Luiz Joia, professor adjunto da Escola de Administração Pública de Empresas da FGV-RJ. "Crescemos na área de ciência e não na de tecnologia. Produzimos artigos, mas não os colocamos em prática. O notório fazer é mais importante do que o saber", opina.

A equação é emperrada pela validação. O engenheiro e consultor de inovação tecnológica da KPMG, Antonio Carlos Rocca, diz que ainda é preciso agilizar a validação de uma patente para que ela seja viabilizada mais rapidamente no mercado. "Hoje, esse processo consome de seis a oito anos, sendo que a cada cinco a tecnologia se renova. Para reverter esse quadro, é necessário acelerar o reconhecimento do direito e os pesquisadores tratarem o conhecimento como valor", avalia.

A Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) de 2008, realizada a cada três anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, de 1981 a 2001, o País teve um foco grande em publicações científicas. O crescimento foi de 450%, enquanto a média mundial registrou incremento de 77%.

Mas, do ponto de vista de patentes, a Coreia do Sul passou de 31, em 1981, para 3.472 mil em 2001 e o Brasil de 53 para 103, em igual período. "Embora patente não seja o principal indicador de inovação, reforça a visão de que o foco ainda é em publicações", pontua o superintendente do C.E.S.A.R.

Na opinião de Marinilza, do InovUERJ, é preciso "transformar ciência em tecnologia e antes disso identificar os problemas da sociedade para saber se a inovação que se pretende criar é adequada. Tem de estar vinculada a uma dificuldade real".

Para Nunes, não há ainda no País amplo investimento em pesquisa. "Mais de 70% das inovações por aqui são feitas na fase de protótipo e não de pesquisa. Além disso, grande parte dos doutores formados (cerca de 70%) fica na academia. Nos Estados Unidos e na Europa, a situação é inversa", afirma. "Não há nada de errado em o Brasil ser assim, só que é preciso aumentar a capacidade empresarial", completa.

Nunes aponta que o País ficou anos sem inovar. "Passamos por crises e um boom inflacionário a partir da década de 80. Muitos não faziam planejamento de longo prazo e a inovação ficou de lado, já que a taxa de risco é enorme. Você aposta 100% e em um prazo de cinco anos supera o montante investido", explica.

Foi durante esse período que o relacionamento empresa e universidade ficou esquecido, aponta. "Essa relação passou a ser restabelecida a partir de 2003 com o surgimento de legislações, como a Lei da Inovação, Lei do Bem e outras", conclui.

Fonte: Por Déborah Oliveira, da Computerworld - http://computerworld.uol.com.br

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Inovação, Estratégia e Inteligência em Social Media.

O mundo agora é ON.

E as melhores empresas são aquelas que entregam experiências inesquecíveis aos seus clientes, também no mundo virtual.

O consumidor está conectado, gera conteúdo e compartilha experiências o tempo todo sobre as diferentes marcas e produtos. Por isso não basta estar online, é preciso saber monitorar, rastrear, interagir e compartilhar conteúdo de forma inteligente e aderente ao seu público-alvo.

Mais do quem nunca é preciso ter estratégia e planejamento digital. Para inovar neste tema a Walmart adquire start-up de análise de dados em mídias sociais.

A rede varejista Walmart adquiriu a start-up OneRiot, empresa que atua com análise de dados em redes sociais para gerenciamento de resultado de publicidade on-line. A compra foi anunciada no blog da WalMartLabs, braço na área de tecnologia da gigante varejista. O valor da transação não foi revelado, mas a companhia antecipou que a equipe de funcionários da OneRiot será integrada a seu quadro de empregados.

De acordo com a empresa, o negócio se mostrou atraente conforme as equipes discutiam questões relacionadas ao processamento de dados. O Walmart está interessado no uso das informações de redes como o Twitter e o Facebook para um grande projeto chamado Social Genome, união das áreas de mídias sociais, mobilidade e varejo, que conecta consumidores a produtos, de acordo com seus interesses.

A OneRiot já levantou US$ 30 milhões em rodadas de investido que vem realizando desde 2007, por meio de fundos de investimentos como a Commonwealth Capital Ventures, Spark Capitals e Appian Ventures.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Startups brasileiras enfrentam o desafio de formar equipes e inovar.

Investidores buscam novas empresas com iniciativas criativas, experiência e planejamento a longo prazo.

Equipe de trabalho, inovação no mercado e solução para problemas são os três pontos que fazem de uma startup um bom negócio ou um risco. Será que existe fórmula para um empreendimento dar certo? Algumas empresas podem dizer que simplesmente tiveram sorte, mas antes passaram por um grande processo de captação de pessoas, pesquisa e planejamento para não se lançarem ao acaso no mercado brasileiro.

O sucesso rápido de algumas startups, que chegam a faturar R$ 600 mil anuais, se tornou porta de entrada para milhares de jovens empreendedores colocarem suas ideias em prática. É o caso das empresas Boo-Box, Samba Tech e Apontador, que lançaram ferramentas na internet, e da Do Bem e da Cachaça Express, que apresentaram novas bebidas aos brasileiros.

"Muitas empresas começam, mas poucas conseguem se destacar. Como a maior parte não consegue se diferenciar dos demais, acaba em um médio prazo não se sustentando e fechando", destaca Marcos Hashimoto, Professor Coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Projetos de investimento

Há também empresas que começaram como startups e hoje ajudam no desenvolvimento de pequenos negócios, avaliando as características para construção de uma boa equipe e ensinando as ferramentas de produção. Em agosto, o programa "Sua ideia vale um milhão", do Buscapé, selecionou quatro promessas de empreendimento e, neste mês, o Peixe Urbano patrocinou a entrada de cinco iniciativas digitais no Startup Farm.

O programa foi criado pelo Grupo Instituto Inovação, que há nove anos atua no Brasil e na América Latina fomentando a inovação e o empreendedorismo. Nesta edição, em São Paulo, 50 empreendedores estão trabalhando durante o mês junto com a consultora, cumprindo tarefas que darão suporte ao processo de desenvolvimento das startups no mercado. Após os 30 dias, serão selecionadas seis finalistas para a etapa de apresentações dos projetos para os potencias investidores.

Os organizadores planejam levar o programa, com a mesma proposta, para mais 10 cidades brasileiras. Em outubro, será a vez do Rio de Janeiro. "Acreditamos que o mercado vive um ótimo momento. Existem muitas oportunidades no Brasil e, com o apoio ao Startup Farm e a outras iniciativas, estamos incentivando esta cultura no país", declara Letícia Leite, Diretora de Comunicação do Peixe Urbano, em entrevista ao portal.

Já o BuscaPé, depois de analisar mais de 800 projetos na ação "Sua ideia vale um milhão", escolheu quatro startups e entregou R$ 300 mil de investimento inicial para que possa dar impulso e estruturar as empresas Urbanizo, Meu Carrinho, HotMart e Anucie Lá, que passarão a pertencer em 30% ao BuscaPé e estão orçadas cada uma em torno de R$ 1 milhão.

Qualidades de uma startup


Mas como saber se o investimento será rentável? Alguns colaboradores analisam características que são fatais para o bom andamento do projeto. O principal deles é a equipe, o perfil das pessoas por trás do projeto é relevante para qualquer tipo de empreendimento. O equilíbrio de competências traz um diferencial para empresa. Como, por exemplo, o Peixe Urbano, em que os três sócios fundadores apresentam experiências complementares. Júlio Vasconcellos possui um conhecimento forte na área de Marketing, Emerso Andrade apresenta habilidades para o comercial e Alex Tabor é especialista na área de tecnologia.

"Depois da equipe, a proposta é o segundo ponto mais importante. É necessário apresentar uma ideia com conceito inovador, que busque soluções para os problemas do mercado de forma criativa ou atenda negócios que estão em crescimento", comenta Felipe Matos, Sócio do Instituto Inovação e Organizador do Startup Farm, em entrevista ao portal.

Ainda existe um terceiro ponto que pode colaborar com o desenvolvimento de um startup, o mercado de nicho. Novas empresas não conseguem concorrer com o poder de capital de marcas consolidadas no mercado. O caminho mais fácil é criar um foco e um planejamento estratégico antes de lançar um novo produto ou ferramenta. Muitas empresas no comércio online buscaram uma especificação para não concorrer com companhias como Amazon ou Submarino e se tornaram especialistas em determinados produto.

Ideias que crescem e ganham visibilidade


Investir no diferencial ainda é a maior arma de Marketing da categoria. Foi assim que a startup Cachaça Express, presente há quase três anos no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, ganhou todo o Brasil há menos de um ano. O projeto de comercialização online da bebida artesanal passou por um período de planejamento e o primeiro passo foi o questionamento sobre a necessidade do negócio, já que o principal objetivo era aumentar as vendas e o giro dos produtos da loja. Logo após a ideia inicial, foi realizada uma pesquisa na internet para avaliar a concorrência e constatou-se que se tratava de um mercado mal explorado e amador.

Para ir além do que já existia na web, Emílio Lobato, Presidente da empresa, investiu numa plataforma distinta, com informações e fotos de estúdio dos produtos e em breve apresentará um mecanismo de visualização de 360° das imagens. "Estamos colocando uma marca nova por semana no site, hoje temos em torno de 100 disponíveis. Nada é estático no nosso processo de crescimento", expõe Lobato, durante a entrevista ao Mundo do Marketing.

Também no ramo de bebida há quatro anos, a Do Bem chegou ao mercado com um produto conhecido, mas uma proposta inovadora: suco de caixinha natural sem a utilização de nenhum aditivo, sequer água. Para viabilizar a ideia, o administrador Marcos Leta viajou pelos Estados Unidos e Europa a fim de conhecer uma tecnologia compatível com seu ideal de produto.

Com ações de Marketing que compreenderam as mídias digitais e o relacionamento com o público, além de embalagens com design diferenciado, a empresa conseguiu se destacar entre os correntes e, atualmente, os produtos estão em mais 400 pontos de venda do Rio de Janeiro.

Por onde começar?


Baseado no livro "StartUp", da norte-americana Jessica Livingston, os autores brasileiros Pedro Melo e Marina Vidigal lançaram em julho a obra "Startup Brasil", que conta a história de 10 empreendedores nacionais que transformaram o comportamento do público no país a partir de seus negócios, entre eles Cacau Show, O Boticário e Gran Sapore. A especialidade das startups hoje em dia, contudo, tem sido a criação de ferramentas no meio digital e aplicativos para celulares e tablets.

O caminho virtual pode ser mais prático, mas nem por isso mais fácil, afinal qualquer empresa precisa trabalhar sua imagem na internet também. Por meio de um planejamento estratégico com as ações de SEO (Search Engine Optizimation) e SEM (Search Engine Marketing), uma nova empresa pode se tornar bem cotada no ranking do Google ou outros sites de busca, assim como fez a Cachaça Express. Ao digitar o termo usual "cachaça" no buscador, o link da empresa aparece em terceiro lugar na página, aumentando a visibilidade da marca, que atualmente registra um crescimento de, em média, 30% ao mês nos acessos ao portal.

"O principal para uma startup é ganhar visibilidade e isso surge trabalhando bem em redes sociais, tendo um material que seja valorizado pelos potenciais clientes e que crie alguma forma de divulgação viral. É importante conseguir se sobressair aos demais por meio do próprio boca a boca que rola na internet", explica o Professor Hashimoto, do Insper.

Características das startups nacionais


Em pesquisa realizada pelo portal Mais StartUp, em junho do ano passado, 80% das startups brasileiras faturam de R$ 200 mil a R$ 600 mil e contam com entre cinco e 25 colaboradores. O site tem hoje 317 empresas cadastradas à procura de investidores e mão de obra qualificada, com empreendimentos inaugurados entre os anos de 2006 e 2010, principalmente do setor de tecnologia, seguido por mídia e varejo.

De acordo com o levantamento, 80% dos colaboradores têm menos de 28 anos e mais de 60% se encontram no segundo emprego, além de serem homens (60%) e de São Paulo (65%). O Rio de Janeiro e Minas Gerais também aparecem como potenciais regiões de investimento.

Além do processo árduo da captação de pessoas, as sociedades para o desenvolvimento dos trabalhos também é um desafio para as novas empresas. "Uma dificuldade que estamos passando é fazer a integração do site com as transportadoras. Hoje, entregamos pelos Correios, o que limita os pedidos em até 30 quilos. Precisamos estabelecer parcerias com as transportadoras tradicionais de cargas, mas as que contatamos ainda não estão preparadas para o e-commerce", declara Lobato.


Fonte: http://www.administradores.com.br

domingo, 11 de setembro de 2011

Brasil é o 53º país mais competitivo.

O Brasil conseguiu subir cinco posições no ranking do Relatório Global de Competitividade 2011-2012, divulgado ontem pelo Fórum Econômico Mundial. Dessa forma, o País é considerado o 53º mais competitivo no mundo, do total de 142. Muitas nações pequenas acabam ficando de fora da classificação pela dificuldade em reunir dados e, neste ano, a Líbia não foi incluída por conta do cenário de guerra civil. No Brasil, a pesquisa é realizada pela Fundação Dom Cabral e pelo Movimento Brasil Competitivo.

O principal motivo que contribuiu à melhor avaliação do País foi o crescimento da economia, afirma o coordenador do núcleo de inovação e de competitividade da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda. "Esse foi o fator determinante, pois permitiu a inclusão da classe média e aumentou o poder de compra da população", diz. "Além disso, o que já era bom continuou, como o forte ambiente empresarial (existência da cadeia produtiva em diversos segmentos e a preocupação com a qualidade), potencial para se tornar um país inovador e setor financeiro sofisticado, destaque conquistado e mantido desde a crise de 1998."

Na avaliação do diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo, Erik Camarano, o País foi favorecido na galgada de posições pelo fato de outras nações não conseguirem manter seus postos - caso da Índia, que passou de 51º para 56º por conta de sua instabilidade econômica e alta inflação. "Todos os países recebem também nota de 1 a 7 e, nesse quesito, ficamos estacionados, permanecendo com 4,3."

DESAFIOS - Não fosse o cenário econômico de juros altos e inflação crescente, o Brasil poderia ter sido melhor avaliado. "O maior problema está com os juros do spread (diferença entre os juros pagos pelo banco e os cobrados para o cliente)", diz Arruda.

Dentre os fatores que ainda deixam a desejar no País, e questionam se o crescimento obtido é sustentável, está a infraestrutura que, exceto à de telecomunicações, peca pela falta, principalmente a do setor de transportes. Somado a isso, têm falhas na Educação, capacitação da mão de obra e mercado de trabalho que, embora tenha gerado muitos empregos, ainda têm muitos profissionais atuando na informalidade. Outro ponto é a alta carga tributária, que forma forte barreira burocrática à expansão de investimentos de empresários e, inclusive, à contratação com carteira assinada.

RANKING - A Suíça manteve-se como o país mais competitivo do mundo. "Lá a inflação é baixíssima, as indústrias são inovadoras e não há envolvimento com guerra", analisa Camarano. Na sequência, aparece Cingapura, que conquistou uma posição neste ano. "A economia do país é muito aberta e existe enorme facilidade em fazer negócios. A lei é cumprida rigorosamente, o sistema é transparente e o mercado financeiro é sólido. Cargos governamentais, para serem conquistados, passam por rígido processo de seleção, assim como nas grandes corporações."

China lidera entre emergentes por ter foco no futuro

A China ocupa, atualmente, a 26ª posição no ranking das nações mais competitivas do mundo. Do ano passado para cá subiu uma posição, calcada principalmente no fato de, além de obter resultados concretos no presente , possuir grande foco no futuro, com planos de investimento em educação e inovação até 2017.

"Essa é a grande diferença entre os chineses e nós. Nós não temos plano algum para o futuro. E, embora haja o potencial de investir em tecnologia e inovação, ainda estamos só na intenção", explica Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral.

O destaque brasileiro fica por conta de enquete realizada em 2009 pela entidade com 16 grandes economistas internacionais, em que o Brasil foi apontado como o país com maior potencial de recuperação da crise financeira de 2008. E foi exatamente o que aconteceu.

Quando comparado com outro emergente, a Índia, que perdeu cinco posições, para 56º, o Brasil apresenta características econômicas bastante semelhantes. "Eles se parecem tanto no que é bom como no que é ruim. A grande diferença é que a Índia, embora possua grandes polos de produção, não tem a diversificação da cadeia produtiva em vários segmentos, como no Brasil. Porém, muitas vezes os indianos conseguem obter mais resultados que os brasileiros."

Entre os países vizinhos, o Chile perdeu um posto, passando a 31º, e a Argentina ganhou dois, para 85º. "Os argentinos estão passando por processo de recuperação do PIB (Produto Interno Bruto), porém, as incertezas políticas atrapalham a avaliação."

O Relatório Global de Competitividade é realizado desde 1976. O Brasil, entretanto, entrou em 1996. À época eram cerca de 40 países e o Brasil era o pior entre latinos. "Se à época participassem 142 nações, os brasileiros estariam na posição 70º."

Para a edição deste ano, cerca de 14 mil líderes empresariais ao redor do mundo - um recorde

Fonte: http://www.dgabc.com.br

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Planejamento do governo para 2012-2015 prevê R$ 11,7 bi em infraestrutura de comunicação .

O Ministério do Planejamento divulgou no dia 31/08/2011, o planejamento de investimentos do "PPA 2012 - 2015 - Plano Mais Brasil", com metas de investimentos em infraestrutura e planejamento para setores estratégicos. A área de comunicação ganhou espaço, sob a rubrica " Comunicações para o Desenvolvimento, a Inclusão e a Democracia", cujo objetivo é investir até 2015 R$ 11,7 bilhões em ações que visam "expandir a infraestrutura e os serviços de comunicação social eletrônica, telecomunicações e serviços postais, promovendo o acesso pela população e buscando as melhores condições de preço, cobertura e qualidade", "promover o uso de bens e serviços de comunicações, com ênfase nas aplicações, serviços e conteúdos digitais criativos para potencializar o desenvolvimento econômico e social do País" e "promover o desenvolvimento da cadeia produtiva brasileira das comunicações e sua inserção internacional a partir do fomento à pesquisa, desenvolvimento, inovação e do estímulo ao uso de bens e serviços com tecnologia nacional".

As metas estabelecidas para este plano incluem os seguintes pontos:

* Chegar a 40 milhões de domicílios com Internet banda larga de qualidade por meio do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL)

* Instalar Telefone de Uso Público (TUP) em todos os postos de saúde públicos e escolas públicas, ambos localizados em área rural.

* Cobrir 91,5% da população brasileira com o serviço de telefonia móvel

* Atender todas as escolas públicas rurais com Internet banda larga

* Atender 100% dos distritos, com população igual ou superior a 500 habitantes, com atendimento postal básico

* Ofertar banda larga fixa a 10 Mbps e móvel em redes 4G nas cidades-sede da Copa das Confederações de 2013, da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, bem como atender aos requisitos de qualidade necessários à realização dos eventos

* Garantir que 70% da população faça uso da internet banda larga e discada (seja em casa, no trabalho, em telecentros), levando em consideração desigualdades regionais e socioeconômicas.

* Elevar para 70% a participação da produção nacional no mercado nacional de equipamentos e aparelhos de telecomunicação.

Os objetivos e o descritivo do PPA 2012-2015 estão disponíveis no site do Ministério do Planejamento, no endereço http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=7571&cat=155&sec=10


Fonte: http://www.tiinside.com.br


domingo, 4 de setembro de 2011

Petrobras investirá US$ 1 bi em P&D! BNDES investe no setor de PETRÓLEO E GÁS.

"A Petrobras está hoje entre as quatro maiores investidoras do mundo em inovação. Nosso investimento em pesquisa e desenvolvimento é de US$ 1 bilhão por ano, valor cinco vezes maior do que investíamos no início da década”. afirmou, o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, durante palestra sobre tecnologia promovida, nesta quinta (1/9), pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham).

Fraga citou os desafios tecnológicos que a Companhia terá que enfrentar para a exploração do pré-sal nos próximos anos. Informou ainda que a Petrobras investiu US$ 700 milhões na duplicação do seu centro de pesquisas: “Atualmente o Cenpes é o maior centro de pesquisas do hemisfério sul e um dos cinco maiores do mundo”, concluiu.

BNDES poderá participar do capital de companhias do setor de petróleo e gás.


O BNDES poderá ter participação acionária em empresas fornecedoras de materiais e equipamentos destinados à cadeia de petróleo e gás, inclusive em companhias de pequeno e médio porte. Essa participação se daria por meio do braço de investimentos do banco, o BNDESPar.

De acordo com o superintendente da Área de Insumos Básicos do banco, Rodrigo Bacellar, trata-se de postura já comum no banco para outras áreas da indústria. Ele informou que o BNDES poderá tanto facilitar o acesso à formação de dívida, como poderá entrar via renda variável nessas companhias.

Roberto Zurli, diretor do banco, acredita que, mesmo com a tradição do banco de financiar a cadeia de óleo e gás, ainda "é preciso evoluir", porque "talvez o maior gargalo no pré-sal seja o desenvolvimento dos fornecedores locais".

Os executivos do banco fizeram ontem uma apresentação para diversos executivos do setor sobre o Programa BNDES Petróleo e Gás, lançado dentro do Plano Brasil Maior, do governo federal. O objetivo é "facilitar o acesso a crédito a empresas de pequeno e médio porte", tanto o acesso direto, como via empresas-âncora.

O orçamento do programa é de R$ 4 bilhões, válido até 31 de dezembro de 2015. Além disso, de 2008 até hoje o banco montou uma carteira de R$ 44 bilhões contratados no setor de óleo e gás, dos quais R$ 40 bilhões já foram desembolsados.

O programa tem taxas de juros específicas, de acordo com o posicionamento da empresa dentro da cadeia produtiva. Todas as empresas terão um custo financeiro baseado na taxa de juros de longo prazo (TJLP), atualmente em 6% ao ano, mais uma taxa de risco de crédito, que varia de 0,46% a 2,54%. O que muda é a remuneração do BNDES.

Para a fase de implantação, ampliação e modernização, a parte referente ao banco é de 0,5% para médias, pequenas e microempresas e de 0,9% para grandes empresas. Já para empresas-âncora, o índice vai a 1,3%. Ou seja, o custo total dos empréstimos ficará entre 6,96% e 9,84% ao ano, com amortização de até dez anos. A participação do banco no financiamento pode ir de 80% a 90%.

Para os casos em que o financiamento for voltado ao fortalecimento da cadeia, os juros totais vão desde 7,36% até 9,84% ao ano. O prazo de amortização é de até dez anos e participação do banco fica, nesse caso, entre 60% e 80%. Quando o financiamento for para dar giro à produção de bens e prestação de serviços, os juros totais ficam entre 8,46% e 11,04% ao ano, com amortização em até cinco anos e participação do BNDES de 50% a 60%.

Quando o financiamento pedido for direcionado à inovação, serão usados recursos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), com taxa de 5% para o capital inovador, de 7% para produção, e de 4% para tecnologia

Fonte: Baseado na Agência Petrobrás e Valor On Line