segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mercado brasileiro de TI deve movimentar US$ 95 bi neste ano. Veja as tendências para a próxima década!

O mercado brasileiro de TI, que movimentou o equivalente a US$ 85,1 bilhões em 2010, deve crescer cerca de 12% neste ano, atingindo receita de cerca de US$ 95 bilhões, revela pesquisa encomendada pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Somando-se a área de telecomunicações, o setor de TIC contabilizou US$ 165,69 bilhões no ano passado.

Antonio Gil, Presidente da Brasscom, diz que a indústria nacional de TI deve, dependendo do que acontecer no cenário econômico mundial, manter o mesmo crescimento em 2012, com a expansão também ficando na casa de 12%. Segundo ele, o mercado interno brasileiro de TI hoje é o oitavo no mundo, com faturamento de US$ 82,7 bilhões, mas tem condições que subir para a sexta posição nos próximos dez anos. Gil citou como um dos principais fatores que impulsionarão o mercado braseleiro de TI no ano que vem a recente medida aprovada pela Câmara dos Deputados que reduziu a contribuição previdenciária do setor de TI de 20%, incidentes sobre a folha de pagamento, para 2,5% do faturamento das empresas. "Isso resultará em um cenário muito mais positivo para as empresas brasileiras de TI, contribuindo fortemente para a formalização do mercado e para o aumento da competitividade das delas”, acredita.

O executivo comentou ainda que o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que contribuirá entre outras coisas para a formação de mão de obra capacitada em tecnologia da informação, deve ser outro motor do crescimento da indústria local de TI, possibilitando maior acesso a recursos de capacitação e profissionais qualificados. Segundo ele, o programa, que tem como meta qualificar 8 milhões de trabalhadores em todo Brasil, deve coontribuir para a formação de cerca de 500 mil profissionais somente na área de TI, o que é de suma importância para auxiliar o setor em um dos seus principais problemas, que é a falta de mão de obra qualificada.

Por fim, ele pontuou os investimentos a serem realizados em infraestrutura, principalmente de banda larga, mobilidade e computação em nuvem, como fatores que contribuíram bastante para o avanço do mercado nacional de TI.

Big data, cloud computing, mobilidade e redes sociais nortearão TI na próxima década

Embora não cheguem a ser propriamente uma novidade, as tendências que irão nortear diretamente a forma de consumir e fazer negócios no universo da tecnologia nos próximos dez anos são os big data, computação em nuvem, mobilidade e redes sociais. A análise é de Tom Standage, editor digital da The Economist, apresentada durante o Brasscom Global IT Forum, evento organizado pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação do Brasil (Brasscom) em parceria com a revista britânica, nesta quinta-feira, 3, em São Paulo.

Standage defende que temos que pensar a tecnologia da informação como o impacto da energia elétrica em nossas vidas. Segundo ele, a digitalização somada à internet irá transformar não apenas o trabalho ou a economia, mas todo o nosso estilo de vida. Ele destaca o conceito de big data, que começou a ser traçado nas primeiras discussões sobre economia de informação e agora aparece latente no cotidiano empresarial. "Toda empresa, independentemente de seu porte, se vê gerando muita informação, a ponto de se tornar sem controle", sublinha. Sandage vê neste cenário grandes oportunidades para empresas de TI desenvolverem ferramentas com uso simplificado de gestão de dados. "Precisamos, de uma certa maneira, de um Steve Jobs do big data", brinca, fazendo analogia à simplificação que o ex-CEO da Apple desenvolveu desde a interface até a concepção de seus dispositivos móveis. De acordo com o editor da The Economist, as empresas precisam de uma ferramenta que permita seu uso sem a necessidade de longos e exaustivos treinamentos.

A computação em nuvem é outra tendência apontada por ele, até por estar ligada à administração e armazenamento de dados. Para Standage, o grande desafio é contornar vulnerabilidades de segurança em ambientes públicos ou privados criados na nuvem. Nisso, a chamada consumerização de TI [o uso de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, e de redes sociais no ambiente corporativo] pode atuar como facilitador, segundo ele. O jornalista cita o iCloud, da Apple, e os serviços de armazenamento em nuvem da Amazon. "O que essas empresas estão proporcionando aos usuários pode ser uma forma das pessoas aumentarem cada vez mais seu uso e promover uma demanda por serviços de segurança mais abrangentes", completa.

A consumerização, segundo Standage, puxa os investimentos em outra tendência de TI – a mobilidade. "Vemos tablets como 'brinquedinhos', não damos muita importância. Mas é assim que os primeiros computadores Macintosh eram vistos, e vejam só quantas aplicações não foram desenvolvidas e o que eles se tornaram", provoca. Ele ressalta que, embora cada vez mais pessoas levem seus smartphones e tablets para uso no trabalho, as empresas ainda não dão a devida atenção para os dispositivos. Ele diz que mercado ainda tem muito a ser desenvolvido.

Mesmo já estando bastante consolidadas, Standage coloca as redes sociais como tendência. Ele ressalta a imensa inclusão digital que o Facebook promoveu, ressaltando novamente a simplificação da interface e do compartilhamento de conteúdo, um engajamento no qual os departamentos de TI dedicam muito tempo sem sucesso. "As lideranças se preocupam apenas com o tempo que seus funcionários passam nas redes e consideram que não estão trabalhando", critica. Ele alfineta os executivos que veem nas ferramentas apenas uma maneira de fazer marketing ou comunicação, enquanto deveriam ser exploradas internamente no que fazem melhor – captar a atenção das pessoas.


Fonte: http://www.tiinside.com.br

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