terça-feira, 29 de outubro de 2013

Thomson Reuters apresenta estudo sobre capacidade de inovação no Brasil

O crescente reconhecimento por parte dos governos ao redor do mundo de que a inovação é a chave do crescimento econômico coloca o Brasil diante de uma realidade motivadora: o País se destaca no crescimento da produção de literatura científica entre os países com pesquisa bem estabelecidas como Japão, Reino Unido, Alemanha e EUA, e lidera o grupo da América Latina.

As constatações são do estudo “Investimentos em Inovação no Brasil e o impacto no desenvolvimento do País”, elaborado pela unidade de Intelectual Property & Science (IP&S) da Thomson Reuters, apresentado no dia 17 de setembro, em um evento realizado em parceria com o INPI e CNI.

Segundo o levantamento, desde 2009, os níveis de pedidos de patentes nacionais têm crescido 12% acima dos registrados em 2003. Entre 2003 e 2008, o número total de pedidos de patentes nacionais havia apresentado um crescimento substancial de 26% no período de 2003 a 2008, mas caiu de volta aos níveis anteriores em 2009, devido à recessão econômica global.

O estudo da Thomson Reuters mostrou que o Brasil ocupa atualmente a 64ª posição do GII (Global Innovation Index). Com uma população de 201,5 milhões e um PIB per capita R$ 12,038.5 (acima de R$11,845.8 em 2012), o Brasil ocupa o 67º lugar no índice de Input Sub-Index, 68º lugar em Output Sub-Index, e 69º lugar no índice geral de eficiência, mas também mostra os pontos fortes relativos em sofisticação empresarial (42º lugar), Infra-estrutura (51º lugar), e em conhecimento e tecnologia (67º lugar).

Demonstra, ainda, uma tendência evidente de crescimento voltada para as áreas de tecnologia de ponta, em termos de volume de invenções básicas publicadas no País. Computadores, produtos naturais, tecnologia automotiva e aparelhos domésticos figuram entre as principais categorias nas patentes depositadas entre 2003 e 2012.

Este perfil coloca as prioridades brasileiras num patamar diferenciados em relação às prioridades globais de inovação.

Produção científica – “Um indicador chave da qualidade da inovação que ocorre numa região é o nível de impacto e de resultados de investigação publicados na literatura científica. Invenções particularmente influentes são frequentemente citadas em revistas e jornais científicos como marcos importantes na marcha progressiva da inovação. Essas citações podem ser rastreadas através da realização de uma análise bibliográfica, que examina a penetração de uma inovação em particular no corpo de literatura científica”, explica Rob Willows, vice presidente global de Estudos em Propriedade Intelectual da unidade de negócios de IP&Science da Thomson Reuters, responsável pela apresentação do estudo.

Ele mostrou que os cientistas brasileiros publicaram 46.795 artigos científicos em revistas indexadas no Thomson Reuters Science Citation em 2012, tornando o País o 14º maior produtor de pesquisa científica do mundo – um salto de 10 posições em 20 anos. De acordo com o mais recente Relatório de Ciências da Unesco, publicado em 2010, mais de 90% dos artigos do Brasil foram gerados por universidades públicas.

De acordo com o levantamento, há um forte crescimento da produção científica do Brasil em relação aos últimos 25 anos. O Brasil tem apresentado taxas de crescimento que o posiciona à frente do grupo da América Latina e superior até mesmo a Alemanha, Reino Unido e EUA. As áreas tecnológicas que representam a maior parcela da produção científica brasileira são medicina clínica, ciência animal e vegetal, ciências agrárias, química e física.

“O Brasil é um país que desafia a categorização fácil. É, simultaneamente, um mercado emergente de hiper crescimento, um protetor dos direitos de propriedade intelectual e um um terreno fértil para a inovação. Juntos, esse espírito de crescimento novo, combinado com uma infra-estrutura legal sólida estão criando um mercado interessante para as empresas locais e multinacionais”, conclui Willows. E acrescenta: “Com o modesto crescimento no depósito de patentes e a mudança para uma inovação voltada para questões locais, podemos dizer que o Brasil está indo na direção certa”.

O estudo revelou, também, que 27% de todas as patentes no Brasil são de propriedade de universidades. Segundo Willows, este fenômeno, que também é visto na China, é o resultado direto das medidas tomadas pelo governo brasileiro para melhorar a cooperação entre as universidades e a indústria. Ele também é um reflexo dos tempos lentos de aprovação de patentes brasileiras.

Fonte: http://www.anpei.org.br/ - Com informações da Thomsom Reuters

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