sexta-feira, 29 de julho de 2011

Indústria Brasileira de Tecnologia de Medicamentos causa retração em índices de inovação no BRASIL.

Ministro de Ciência e Tecnologia considera a área de fármacos e saúde pública estratégica no plano de inovação do País.

O ranking 2011 do Índice Global de Inovação da Insead despertou no Brasil discussão nas mais diversas esferas. O mesmo índice que apontou em 2010 uma queda do Brasil em 18 posições do ranking sinalizou neste ano um ganho de 21 posições. Entre os sub-indicadores, o Brasil se destacou nos "produtos", despontando na 32ª posição — a melhor colocação entre os países classificados como de renda média, segundo critérios do Banco Mundial. Em contrapartida, no sub-indicador "insumos" (matéria prima) o Brasil ocupa apenas a 68ª posição – a indústria fármacos é um dos mercados responsáveis por esta classificação.

O fato é que, mesmo o Brasil estando à frente de países competitivos como a Índia, a inovação por aqui ainda deixa a desejar. Apesar da produção de conhecimento científico ter dado um salto, crescendo a um ritmo acelerado, a aplicação destes conhecimentos na geração de produtos, processos e serviços inovadores ainda é falha, ou seja, “todo o saber produzido em território nacional ainda não é transformado em riqueza na mesma quantidade ou proporção” – aponta o Esp. Gustavo de Lima, coordenador de Pós Graduação no ICTQ.

A indústria de medicamentos, citada acima como uma das responsáveis pelo baixo ranking no sub-indicador “insumos”, têm poucas possibilidades de mudança. De qualquer modo o Ministério de Ciência e Tecnologia já se preocupa com a extrema dependência do fornecimento estrangeiro de matéria-prima para produção de medicamentos no Brasil. Em recente entrevista o ministro Mercadante disse que o país precisa de parcerias de integração no âmbito Mercosul para “trocar experiências de tecnologia, criar patentes, regular a área de fármacos e para desenvolver os genéricos" e assim consequentemente fortalecer o setor que ele classificou como “estratégico”.

Já na 63ª Reunião Anual da SBPC, que aconteceu em Goiânia, o ministro Mercadante, reforçou que os empresários precisam entender que sem investimentos em pesquisa e inovação, o Brasil não vai deslanchar. “O empresário que acha que inovar é comprar máquina está retrocedendo. Os investimentos em PDI no Brasil são de 2/3 do governo; e 1/3 das empresas. No resto do mundo é o inverso. Tem que criar a cultura da inovação”, ressaltou.

Ainda durante sua palestra, segundo a assessoria de impressa do MCT, Mercadante falou da necessidade de o País focar no mercado interno. “Temos que entender que o nosso patrimônio é o mercado interno. Por isso, precisamos exigir mais processos produtivos básicos para incentivar a produção de bens com conteúdo brasileiro. Já fizemos isso com os tablets. No início acreditava-se que as empresas não se interessariam. Hoje, temos 14 empresas interessadas. Dessas, nove já estão com seus processos aprovados. Além disso, vincular investimentos ao setor de ciência e tecnologia”, enfatizou. “Em setembro, teremos tablets com um percentual de 20% de matéria-prima do próprio país. A meta é atingir em três anos 80%”, complementou.

Perfil da ICTQ: Fundado em 2009, o ICTQ é uma instituição de Pós Graduação 100% focada no segmento industrial farmacêutico. Líder de mercado nos estados de São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro, a instituição atua ainda a nível internacional através de seus cursos de especialização e seminários promovidos em todo o país.

Perfil da SBPC: A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência é uma entidade sem fins-lucrativos nem copartidária que luta pelo desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil, e também por uma educação de melhor qualidade. A entidade representa 96 sociedades científicas afiliadas e possui cerca de 3 mil sócios ativos.

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