domingo, 9 de outubro de 2011

FINEP realiza 2º Workshop técnico para investidores anjos

A FINEP realizou no dia 27/09, um Workshop em que apresentou para cerca de 50 investidores pessoas físicas, os chamados "anjos", os benefícios do Seed Forum e do investimento em negócios nascentes. O objetivo é fornecer um conjunto mínimo de conhecimentos e ferramentas necessárias para a prospecção, valoração, negociação e legalização de investimentos em empresas nascentes inovadoras. Esta nova ação do Inovar faz parte agora do processo de elaboração dos fóruns de capital semente (Seed Fórum). O papel da FINEP é atrair os investidores anjos, um capital que ainda não está mobilizado para investimentos em empresas que se diferenciam pela inovação.

O Seed Forum é um processo de seleção e capacitação empresarial que aproxima os empreendedores participantes a potenciais investidores. O próximo fórum vai ocorrer no dia 21/10, no Centro de Convenções da Bolsa do Rio. Desde 2000, a FINEP já realizou 34 fóruns, tendo capacitado e apresentado para os investidores cerca de 300 empresas. Aproximadamente 20% desses empreendimentos foram investidos após os fóruns.

"A ideia é que o Workshop sirva de estímulo e orientação para todos aqueles interessados em investir em empresas inovadoras emergentes, com alto potencial de crescimento e retorno", destacou Rochester Gomes, chefe do Departamento de Capital Semente da FINEP.

Durante o Workshop, especialistas debateram os principais aspectos e diferenciais relativos ao aporte financeiro e intelectual em negócios promissores. Temas como identificação de oportunidades e estratégias de negociação, avaliação econômica de empresas candidatas a recursos, acompanhamento e a governança de empreendimentos investidos, aspectos jurídicos envolvidos em operações de investimento e construção de portfólio estiveram em pauta.

Até pouco tempo desconhecido no Brasil, o conceito de investimento anjo vem conquistando espaço nos negócios realizados por aqui. Geralmente, está relacionado a profissionais com ampla experiência de mercado ou empreendedores que já venderam suas empresas e estão em busca de novas oportunidades de investimento.

Redes de anjos

Atuando sozinhos ou unidos a outros "anjos" nas chamadas associações ou redes de anjos, buscam participação em projetos com alto potencial de valorização e retorno, mas que devido ao estágio de desenvolvimento das empresas também apresentam riscos consideráveis.

Nos Estados Unidos, este tipo de investimento é muito comum e representa uma das principais fontes de financiamento para firmas nascentes inovadoras. De acordo com Cassio

Spina, da Anjos do Brasil, em 2010, os anjos norte-americanos aplicaram US$ 20 bilhões em cerca de 62 mil empresas inovadoras. A gigante Google, por exemplo, teve sua gênese condicionada à "bênção" de alguns anjos.

"O objetivo da Anjos do Brasil é incentivar a formação de grupos/redes regionais de anjos para alavancar este tipo de investimento no país. A ideia é que empreendedores de todos os estados tenham oportunidade de receber suporte", disse Spina em sua palestra.

Criada em 2002, o Gávea Angels é uma das organizações brasileiras já existentes formada pelos chamados angel investors. Para Antônio Botelho, um dos investidores do grupo, as vantagens da atuação coletiva residem na diversificação do portfólio de investimentos, diluição de riscos e também na troca de experiências entre os componentes. Hoje, são 23 associados.

"Quem quiser apenas dinheiro, melhor procurar um banco. Como dividimos lucros e perdas ao associarmos o nosso capital, a principal contribuição do grupo é a experiência que podemos trazer para o posicionamento estratégico e de negócio das empresas", afirmou Botelho.

Ele salientou que sobreviver ao funil para a obtenção de investimento do Gávea não é tarefa das mais simples. Os números comprovam: são cerca de 100 pedidos de investimento por semana, mas desde a criação do grupo foram realizados apenas seis aportes.

Internet: campo inesgotável

Com 10 anos de operação, a DGF Investimentos vai lançar o DGF Inova, Fundo Mútuo de Investimentos em Empresas Emergentes (Fmiee), que pretende levantar R$ 50 milhões. A bordo de oito anos de experência em gestão de fundos de venture capital no Vale do Silício (EUA), o executivo Patrick Arippol foi contratado para dirigir o novo fundo.

"O investidor precisa ter um foco específico. Não existe limitação em segmentos, mas é comum mirarmos em projetos nascentes ligados à área de TICs (tecnologias de informação e comunicação), Internet, mobile", contou ele em sua palestra sobre avaliação econômica das empresas.

Pierre Schurmann, da Bossa Nova Angels, fez coro com Arippol: "Nosso foco são startups tanto B2B (Business to Business , nome dado ao comércio associado a operações de compra e venda, de informações, de produtos e de serviços através da Internet) quanto consumer internet que tenham potencial de expandirem além do Brasil", explicou.

O carioca André Street conhece bem este leque de possibilidades da grande rede. Criou seu primeiro negócio, a PagaFácil, aos 15 anos, quando ainda estava no colégio. Aos 23, já tinha participações em quatro companhias, uma delas a Braspag, empresa de soluções de pagamento on-line vendida em maio pelo Grupo Silvio Santos para o Grupo Cielo.

Hoje, com 27, virou investidor reconhecido: é um dos sócios da Arpex Capital, grupo com forte histórico empreendedor que busca ajudar empresários a construir negócios de sucesso no Brasil e no exterior. "É fundamental entender do negócio em que vai investir e saber as intenções do empreendedor. Não existe construção de portfólio pautada por amizade", afirmou.

Consultor jurídico especializado em operações de investimento, o advogado Rodrigo Menezes, da DERRAIK SS, também ressaltou a importância de o investidor conhecer a fundo as intenções do empresário que busca capital. "Vocês devem se cercar de todas as documentações, mas o principal é investir apenas em quem se confia para evitar dor de cabeça mais à frente", finalizou.

O 2º Workshop Técnico para Anjos foi uma realização da FINEP, BM&FBOVESPA, Gávea Angels, Rede de Tecnologia e Inovação, Rede de Incubadoras, Pólos e Parques Tecnológicos do Rio de Janeiro (ReINC), com apoio do BID/FUMIN.

Fonte: http://www.venturecapital.gov.br

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