terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

“Inovação não se vende numa caixa”, diz Salim Ismail

Embaixador global da Singularity University aproveita a passagem pela sexta edição da Campus Party para falar, também, do potencial brasileiro para causar rupturas de mercado

Quantos são os cursos, produtos e profissionais que se pontuam como inovadores? O que de fato hoje caracteriza a inovação? Vivemos um momento bastante “opressor” para a inovação, pois existe uma demanda constante para encontrar a próxima grande ruptura do mercado, principalmente, em TI, que se tornou o principal meio de viabilizar grandes saltos globais. É essa pressão sobre a tecnologia da informação que tem esmagado muitas boas ideias que poderiam ser, de fato, inovadoras, mas que acabam no rascunho devido à falta de tato de alguns líderes.

Corrigir tanto os “sentidos” quanto as expectativas de inovação é parte do papel desempenhado por Salim Ismail, diretor-fundador e embaixador global da Singularity University, instituição baseada no Ames Research Center, da NASA, nos EUA. “As próximas gerações precisam saber como lidar com as disrupturas. Treinamos nossos alunos para lidar com esse tipo de demanda, a identificar e sentir as mudanças”, conta Ismail.

Quando o papo é sobre inovação, o executivo se diz incomodado em ver como o mercado tem se apoderado indevidamente de termos que, em tese, definem o processo de mudança como algo que se pode colocar à venda. “Particularmente, eu não gosto dessa palavra. Muito se fala e pouco se faz em relação a inovar. Inovação é um processo, é algo que muda consistentemente o mercado, e não algo que se pode colocar numa prateleira, dentro de uma caixa”, diz.

Ismail começou sua carreira como engenheiro de software e viaja pelo mundo para falar sobre projetos inovadores e seus impactos em diferentes setores. Para ele, as empresas, assim como é feito na Singularity, devem incentivar seus colaboradores a acreditarem na mudança, para que eles possam causar a próxima ruptura interna, o que pode levar a universos antes não enxergados. “Tentamos mostrar aos alunos que eles podem fazer qualquer coisa. É um processo que envolve dar confiança e autonomia, mas com a gestão correta”, salienta.

Relação com o Brasil

Por meio da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), a Singularity faz suas inserções no País, com programas que levam os melhores alunos da instituição brasileira para morar três meses no campus de tecnologia e desenvolvimento da NASA. Ismail mantém uma relação estreita no relacionamento e desenvolvimento do mercado brasileiro, pois acredita que “o próximo Steve Jobs” pode surgir aqui no País.

“Os brasileiros são entusiastas e contam com aquela paixão louca, que faz as coisas acontecerem quando há um objetivo. Esperamos que nos próximos anos grandes líderes surjam no Brasil, e eles resolveram problemas nacionais com resoluções que poderão ser aplicadas em todo o mundo”, acredita.

Fonte: http://informationweek.itweb.com.br

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