terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Novo ministro da C,T&I tem perfil técnico

O escolhido pela presidente Dilma Rousseff para comandar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) é o físico Marco Antonio Raupp. A posse foi no dia 24/01/2012. Ele substituio Aloizio Mercadante, que agora é o novo ministro da Educação.

Sua escolha foi motivada pelo fato de ter experiência na gestão acadêmica e também ser um defensor da inovação tecnológica como meio para aumentar a competitividade da economia brasileira.

Graduado em física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Raupp é PhD em matemática pela Universidade de Chicago e livre-docente pela Universidade de São Paulo (USP). Foi pesquisador titular do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Como docente, atuou no Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME/USP) e na Universidade de Brasília (UnB).

Já dirigiu várias instituições da área de C,T&I, a exemplo do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Inpe e do Instituto Politécnico da Universidade do Rio de Janeiro (IPRJ/Uerj). Nos últimos anos, trabalhou como diretor-geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos, SP, e foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), atividades que encerrou em março de 2011 para assumir a presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Entre os títulos que recebeu destacam-se o de Comendador pela Ordem do Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, e de Grão-Cruz pela Ordem Nacional do Mérito Cientifico, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

NOTA Á IMPRENSA – Veja abaixo nota que Rauup divulgou para a imprensa referente a sua escolha para o MCTI:

“Recebo como uma distinção especial o convite da presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, num momento fundamental da sua evolução. Com 40 anos de militância nas atividades cientificas e tecnológicas, como pesquisador e gestor de instituições da área, considero uma honra e um enorme desafio a nova missão que me é confiada.

“Tenho absoluta consciência da exigência sem precedentes para que a ciência, a tecnologia e a inovação contribuam de forma essencial para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

“Para dar cumprimento a essa missão, espero contar com a participação ativa das comunidades científica, tecnológica e empresarial, e com o apoio das equipes que compõem o Ministério.

“Também muito me honra suceder o ministro Aloizio Mercadante, a quem desejo a continuidade e o avanço do êxito alcançado pelo professor Fernando Haddad à frente do Ministério da Educação.”

Fonte: http://www.anpei.org.br

sábado, 28 de janeiro de 2012

Os 5 passos para construção da marca de sua startup!

"Um negócio não pode crescer a menos que seja propriamente definido – e este é o primeiro passo para criar uma marca que dure."

Começar um negócios é trabalho duro, muito duro. Todo dia, os fundadores tem que administrar tarefas mundanas: se apresentar para clientes ou investidores, certificar-se de que há toner na impressora, falar “delicadamente” com clientes e administrar funcionários – enquanto se têm ataques de pânico causados pelo seu fluxo de caixa.

Com todos esses compromissos diários detonando seu tempo livre, sobra pouco tempo para coisas importantes, a razão pela qual você começou seu negócio: fazer as coisas do seu jeito, perseguir sua visão única e construir uma organização ao redor dela. Entretanto, se a companhia é feita para crescer saudavelmente, ela precisa de uma identidade definida. Isso é mais fácil de se falar do que de se fazer. O processo de branding não é complexo por si próprio mas traz discussões difíceis e complexas sobre quem você é e o que você quer atingir e como expressar isso através de linguagem, interações e design. Primeiro, você precisa entender quem você é.

Defina quem você é

A maioria dos empreendedores tem uma idéia clara em sua cabeça do que eles almejam. Entretando, quando perguntados sobre o que a empresa deles faz, a maioria dos empreendedores irá responder com uma confusa gama de abstrações, soluções conceituais e usualmente algum jargão tecnológico em uma quantidade suficiente para conversar sobre isso por mais tempo do que uma viagem do começo ao fim no elevador do prédio mais alto de Dubai. Isso não é bom. A linguagem precisa ser redefinida ou você nem começará.

A forma mais direta mas desafiante de fazer isso é tentar criar uma sentença bem simples e descritiva. Evite grandiosas e pretensiosas proclamações como “Nós estamos mudando o mundo ao introduzir um novo paradigma nos contatos sociais”, ou algum nonsense. Não se preocupe em não soar “avançado” suficientemente; simplicidade é sempre rei. Destilar tudo para uma sentença é incrivelmente duro e toma horas e horas de escolha de palavras e discussões filosóficas na sala de reunião. Claro, que uma sentença não vai contar toda a história mas esse não é o ponto. O ponto é treinar e disciplinar a si próprio a atingir clareza e brevidade enquanto comunica sua marca. Você deve chegar a uma sentença que resuma o que você faz e o que provoca as pessoas a se perguntar o porquê e o como.

A chave para comunicação de sucesso de sua marca é uma tríade de brevidade, clareza e consistência. Evite as missões/visões como aprendidas a todo custo. Elas são inúteis.

Diferencie

Sim, nós já ouvimos isso milhões de vezes e parece óbvio. Ainda, muitas novas empresas conseguem cair na armadilha de falar pra todo mundo o quão fantástico são, que grande time eles formaram e quão superior e incrível sua tecnologia é. Eles estão presos em sua própria bolha de ego. Ao invés disso, as pessoas querem ouvir porquê sua “coisa” é melhor que as outras “coisas”.

Evite a síndrome do helicóptero da mamãe

Sua empresa é seu bebê. Mas não há necessidade de enfiar o seu dedo em todo lugar. Construir uma organização significa delegar tarefas para outras pessoas em sua organização. Eles são contratados por causa de sua expertise, então deixe-os ir em frente e fazer seu trabalho. Micromanagement retarda o processo e diminui a qualidade do trabalho. Ao invés disso, foque na organização como um todo: Como os projetos são feitos? Controle de qualidade? Processos para contratação? Compartilhamento de conhecimento? Cultura da empresa?

Você pode se perguntar o que isso está relacionado com construção de marca. De fato, isso tem tudo a ver com a construção de sua marca. No começo, as pessoas em sua organização são as únicas coisas que sua marca tem para sustentar sua marca e a promessa de futuras expectativas. Não há história, ou produto estabelecido ou serviço neste estágio, então você precisa ter certeza dobrada que você tem isso corretamente em cada ponto de contato. E deixe as pessoas fazer seu trabalho.
Faça sua identidade visual

Uma vez que você definiu as facetas existênciais de sua identidade de marca, você pode começar escolhendo a sua identidade visual: logo, website, fontes, cores, cartão de visita e papelaria. A grande coisa sobre design é que se ele for aplicado corretamente você pode fazer o seu negócio emitir instantaneamente valores que você deseja comunicar – confiança, inovação, luxo, qualquer coisa que sua identidade de marca ditar. Entretando, não tente desenhar sua própria marca. Quase nunca funciona. Contrate um profissional que entenda o que está fazendo. Vai valer a pena.

Ansiedade existencial é normal

Construir uma nova empresa usualmente gasta uma quantidade insalubre de horas trancafiado com seus sócios desenhando estratégias, brainstorms e planejamento. Essa é uma fase necessária para se ter certeza que que você está com todos os detalhes prontos. Entretando, um efeito colateral peculiar nesse trabalho intenso é que algumas vezes você perde todo o julgamento do que está almejando. Está bom ou ruim? Isso faz algum sentido? Eu sou a única pessoa no mundo que pode ver algum valor no que eu estou fazendo? Eu estou louco? Sem clientes pra te dar feedback você não tem uma maneira de confirmar se o que você está fazendo é pelo menos válido.

Não fique alarmado, essa ansiedade existêncial é normal. Você precisa de um tempo. Fale com alguém de fora do seu mundo que possa confirmar que você ainda não está louco. Teste suas sentenças descritivas em algumas pessoas ao acaso, mostre-as seu logo e veja como elas reagem. Isso vai te trazer um senso de perspectiva.

Construir uma nova marca não é fácil mas precisa ser feito. Então, por fim, JUST DO IT!

Fonte: http://www.jornaldoempreendedor.com.br - por Michael Raisanen

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Porto Digital: Novos prédios, economia criativa e 20 mil pessoas trabalhando no polo!

O Porto Digital fez seu primeiro debate público sobre a expansão para uma área do bairro de Santo Amaro próximo à Rua da Aurora, e sobre sua nova atuação na área de economia criativa. O presidente do Porto Digital, Francisco Saboya explicou que espera ter 20 mil pessoas trabalhando no polo. Um imóvel localizado na Rua do Lima foi comprado para abrigar um novo projeto imobiliário, que contará com uma incubadora de empresas.

Agora, o Porto terá empresa voltadas para economia criativa, nas áreas de fotografia, publicidade e propaganda, audiovisual, design e jogos digitais. Segundo a lei municipal 17.726/2011, todos os empreendimentos desta região do Porto também terão incentivos fiscais com o abatimento de Imposto Sobre Serviços (ISS). “O momento é propício para a inovação, pois temos um ativo importante no Estado que é nossa criatividade”, disse Saboya. “A Economia Criativa movimenta 600 bilhões de dólares no mundo e seria burrice ficar de fora disso”, completou. O Porto desenvolve atualmente 38 projetos que movimentarão R$ 74 milhões.

A vinda para Santo Amaro também está inserida dentro da ideia original de revitalização de áreas históricas decadentes do Recife. A reforma no imóvel da Rua do Lima começa já em fevereiro e deve ficar pronta em até cinco meses. O lugar terá uma arquitetura arrojada, conforme foi mostrado aos presentes na palestra e como disse Saboya, “vai chamar atenção”. O projeto chamado até agora de Empresarial do Lima prevê abrigar um espaço para incubação e realização de negócios, auditório para 50 pessoas, três salas de reunião, além de um café. A área atual é de 780m², mas pode aumentar.

Já no Recife Antigo foram anunciados a compra de dois imóveis na Rua do Apolo, o Sobradinho e o antigo Convento, um degradado prédio de dois andares na esquina da via. A atual sede de gestão na mesma rua será o Porto Media, que vai abrigar empresas de economia criativa e ainda terá espaço para exibições artísticas e um observatório para estudos e prospecções. “A principal vantagem para as empresas que trabalham com criatividade ao embarcarem no Porto será a sinergia de estarem juntas”, disse Saboya.

Os investimentos para aumentar o foco de atuação do Porto e também sua expansão territorial trarão benefícios para a cadeia produtiva da produção cultural, com os novos equipamentos anunciados nesta quarta. Uma delas é um estúdio de mixagem de som e imagem certificado que possibilitará que produtos audiovisuais possam ser finalizados aqui e não mais em outras cidades, como antes.

Ainda será anunciado um edital para que novas empresas sejam embarcadas no polo, o que deve acontecer entre março e abril. Atualmente, 200 empresas fazem parte do Porto Digital, com um faturamento que ultrapassou R$ 1 bilhão. Um novo encontro foi marcado para a próxima quarta-feira, também no Espaço Muda, para tirar dúvidas. A ideia é que seja algo mais prático, voltado para empresas ou empreendedores de economia criativa que queiram embarcar no polo.

Fonte: http://blogs.ne10.uol.com.br - POSTADO POR Paulo Floro

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Inovação e visão de futuro.

Vivemos, hoje, em um mundo em transição, marcado pela mudança das relações internacionais e pela difusão do poder global, caminhando assim para a multipolaridade.

Os temas globais da humanidade tais como regulação dos mercados financeiros, combate à miséria, terrorismo, paz e segurança passam a exigir uma governança global com uma pressão cada vez mais forte da sociedade mais globalizada e conectada.

FHC, em seu recente livro “A Soma e o Resto”, fala da sociedade contemporânea que vivenciamos, que etimologicamente quer dizer “que é do mesmo tempo”, com a disseminação do celular, internet, computador, lan houses, que todos usam, mesmo nas periferias. As sociedades tradicionais estão passando diretamente para as sociedades contemporâneas, pulando a modernidade, como está acontecendo no mundo árabe.

Como tratar o divórcio da política e sociedade, os temas globais da humanidade, a fluidez do poder dos países neste ambiente de uma sociedade contemporânea conectada globalmente, pressionada pelas demandas do “aqui e agora”?

Neste ambiente fluido, marcado pela incerteza, uma visão de futuro não pode surgir apenas do planejamento nos moldes do passado, mas de uma capacidade de enfrentamento do inesperado pela inovação com a exploração das novas ideias.

A inovação, seja em produtos, processos, serviços, negócios e gestão, afeta a todos, direta e indiretamente, agregando valor, alterando as forças tradicionais.

A inovação é um processo complexo não se limitando às novas conquistas tecnológicas, mas também na sua utilização para atender às demandas das forças políticas, sociais e culturais.

O caminho seria a criação de ambientes inovadores com foco compatível com a cultura e recursos regionais, atendendo aos anseios da sociedade e estabelecendo pontes entre universidades, centros de pesquisas, empresas, organizações, governos, investidores e capital de risco, formando um ecossistema abrangendo todos os agentes.

Como suporte a um projeto de inovação, está a necessidade de uma educação de qualidade com vertente forte no Empreendedorismo. O empreendedor é aquele que inova, busca oportunidades, tem persistência e transforma sonhos e ideias novas em realidade.

Há também a necessidade de estabelecimento de uma política pública, em todos os níveis de governo, de apoio aos empreendedores e inovadores com recursos alocados e eliminação da burocracia que emperra a realização dos projetos.

A inovação está diretamente ligada a P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), o investimento tímido (cerca de 1,3%PIB-Produto Interno Bruto) do Brasil em P&D merece uma atenção especial na implantação de uma infraestrutura adequada para receber os recursos, como também na eleição das vertentes prioritárias a desenvolver.

Um exemplo significativo do resultado da P&D é o de Israel que, com sete milhões de habitantes e em uma área desértica menor que Sergipe, investindo cerca de 4% do PIB (o maior), tornou-se um Estado sustentável, exportando tecnologias de ponta para o mundo, além de já ter conseguido cinco prêmios Nobel.

Os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), entre os quais o Brasil se insere, têm investimentos em relação ao PIB na faixa de 1%, porém o incremento anual da China é de 20% (o maior), enquanto o do Brasil é de 3% (o pior).

No Brasil, apesar de existirem algumas áreas pontuais de excelência, falta alocação de recursos com foco principalmente nos setores tecnológicos e uma gestão eficiente e ágil com mais articulação dos sistemas de inovação, com ênfase na ligação da academia com as empresas.

O Brasil tem de enfrentar o desafio da produção de conhecimento, pois isso é que vai determinar o ritmo do avanço e o peso de cada um dos BRICs na capacidade de inovação que resultará na composição econômica mundial das próximas décadas, se inserindo na multipolaridade que se avizinha.

Para ser BRIC, de verdade, o Brasil precisa de uma passada mais larga.


Fonte: http://www.brasiliaemdia.com.br

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A grande oportunidade na web para esta década!

Nós conversamos, compramos, temos relacionamentos pessoais e profissionais. Produzimos e publicamos textos, fotos e vídeos na web. Somos bilhões de usuários usando a rede de forma cada vez mais intensa e inerente à rotina de nosso dia a dia. O crescente número de usuários somado a um ecossistema digital cada vez mais sofisticado e atrativo resultou numa explosão de dados. Se já somos bilhões de usuários, já estamos deixando trilhões de informações de todos os tipos na web.

De acordo com a Intel, a internet produziu mais dados em 2010 do que em toda a sua história. Somente o YouTube tem 48 horas de upload de vídeos por minuto. O Facebook já tem 100 bilhões de fotos em seus servidores, com uma média de 6 bilhões de imagens adicionadas mensalmente. Ao terminar de ler esta linha, cerca de 34mil buscas foram executadas no Google (1 segundo). Neste mesmo segundo, dezenas de milhares de compras foram fechadas em sites de e-commerce, consequentemente, usando principalmente pagamentos via PayPal ou cartões de crédito. Somente a VISA tem 2 bilhões de usuários de cartões.

A Web se tornou um oceano de dados, que continua crescendo exponencialmente. Logo surgem questões atreladas à viabilidade deste crescimento, como a necessidade cada vez mais crítica de banda de transmissão, assim como de meios de armazenamento e força computacional. O planeta terá fome de banda nas próximas décadas, da mesma forma que hoje tem apetite por petróleo. A tão falada “nuvem” vem como uma possível solução para a escalabilidade de memória e processamento.

Mas todo esse universo faraônico de informações publicadas na internet deixa registrado traços comportamentais de seus usuários: o que e com quem falam; o que publicam; o que compram – por exemplo. Tais dados, se extraídos com uma inteligência de marketing, podem se tornar uma mina de ouro para negócios de praticamente todos os segmentos.

A capacidade de entender o comportamento de um grupo ou um indivíduo pode fornecer diretrizes precisas para ofertas, publicidade, edição de conteúdo e mesmo de relacionamentos. Da mesma forma que a engenharia genética começa a mapear os DNAs individualmente para sugerir a droga ideal para o tratamento daquele individuo, a web começa a fornecer uma quantidade de dados que vai permitir o entendimento comportamental do usuário para que empresas acertem no alvo sua comunicação, vendas e relacionamento com a marca.

Esta visão qualitativa de entendimento comportamental do usuário, a partir da massa quantitativa de dados na internet, é uma oportunidade de tal potencial que disparou uma corrida para o desenvolvimento de algoritmos que sejam capazes de extrair relevância dentro deste universo crescente de informações na web. Especialmente no Vale do Silício, existem inúmeras iniciativas de pesos pesados da indústria para chegar a algoritmos que consigam, a partir de uma base bruta de dados, realizar o mapeamento de tendências de compra, hábitos, gostos pessoais, amizades de uma determinada pessoa ou grupo.

Do ponto de vista estratégico, muitos líderes da indústria da internet ou de empresas diretamente ligada a ela (cartões de crédito, por exemplo) consideram que os dados por trás de uma transação valem mais que dinheiro. Pode parecer radical, mas esta visão entende que, para que novas transações ocorram, é necessário que se conheça o consumidor para que este possa ser propulsionado a um novo ciclo de compras. Ou seja, quanto mais uma empresa entende o perfil comportamental de seu consumidor, mais esta será capaz de alavancar vendas futuras, que por sua vez trarão mais dados sobre este consumidor – formando um círculo virtuoso.

A preocupação natural decorrente deste mapeamento do consumidor é a privacidade. Até que ponto as pessoas querem seu comportamento conhecido e entendido por empresas? Até que ponto as pessoas querem ser previsíveis? Certamente este debate terá fortes desdobramentos daqui para a frente. Surgem questões em que o sistema jurídico simplesmente não lidou antes, pois estamos em um ambiente novo. O próprio consumidor terá um processo autoeducacional de até onde ele/ela deseja despejar informações na web. As redes sociais talvez sejam o alvo mais crítico das questões de privacidade, já que estas usam informações de um perfil completamente pessoal para monetizar seu negócio. É exatamente neste ponto que está todo o potencial e risco das redes sociais.

É importante lembrar que a web comercial tem cerca de 15 anos, sendo assim uma indústria adolescente em que muitas oportunidades e abalos sísmicos vão ocorrer ao longo do caminho. O que está claro é que se trata de um fenômeno de proporções globais e com uma velocidade de crescimento e evolução nunca antes vista em outros momentos de ruptura tecnológica na história. Assim sendo, o domínio da gestão da informação por países, empresas, grupos sociais e até pelo individuo é um diferencial competitivo absolutamente essencial no século XXI. Informação existe à vontade, o desafio é o que fazer com ela.

Fonte: http://www.tiinside.com.br

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Tendência de mudanças para 2012!

Todas as operações do varejo possuem uma finalidade: melhorar os serviços, fazendo mais com menos. Assim, a lógica é justamente aproveitar o desenvolvimento tecnológico atual nas mais diversas áreas, enfrentando com maior inteligência os desafios e buscando novas oportunidades de ação.

Para 2012, o cenário no setor deverá ser cheio de mudanças, mas também de consolidação de tecnologias, ferramentas e soluções para os negócios, possibilitando cada vez mais a otimização dos processos. Além disso tudo, Eduardo Terra, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e diretor Geral da UBS – União Business School, acredita em um ano turbulento, com disputas acirradas, fusões e grandes compras.

"Vamos ter um aumento na consolidação do mercado, com grandes empresas comprando médias ou se juntando com outras grandes, trazendo ganho de eficiência e as tornando mais competitivas", afirma. Para ele, isso traz consequências para as áreas de Tecnologia da Informação e automação, resultando em ganho logístico e com operações.

Especificamente para a TI, o Varejo deverá ter um grande investimento em soluções de CRM, segundo Terra. Outra vertente em evidência nos próximos meses, ainda de acordo com o executivo, é a parte de Business Intelligence para a área comercial e operacional. "A operação no setor é complexa, podendo acontecer erros e desajustes logísticos. O BI traz inteligência ao negócio, corrigindo cada um desses problemas", diz.

A consequência de operações internas com melhor execução é ter a frente de loja agindo melhor, trazendo mais eficiência a toda a cadeia de processos. No entanto, é preciso cuidar dessa área, pois é de onde a informação sobre o cliente vem com maior precisão. "Cansei de ver situações nas quais a empresa tinha uma estrutura parruda por trás, mas uma frente de loja deficiente", revela o executivo.

Mobilidade

Uma tendência inevitável não só para 2012, mas ainda para os próximos anos, é a inclusão de dispositivos móveis de forma definitiva no Varejo. Uma delas é o RFID (do inglês "Radio-Frequency Identification"), tecnologia que deverá substituir o código de barras para dar maior precisão e agilidade na movimentação de mercadorias. "A cada ano, há um barateamento das etiquetas e antenas. Ele já está andando mais forte em logística e estoque, mas na frente de loja ainda é tímido", afirma Eduardo Terra.

Já o NFC (sigla em inglês para "Comunicação por Proximidade de Campo"), permite a utilização de celulares para realizar pagamentos, também garantindo uma flexibilidade e rapidez ao processo, principalmente o de alto giro. "Ele já é utilizado em táxis e pedágios em Nova York e traz uma solução para processar meio de pagamento eletrônico com velocidade e custo básico", diz. Por esse lado, no entanto, há também a dependência de fabricantes de aparelhos introduzirem os dispositivos aos consumidores no mercado brasileiro.

Ainda assim, os tablets e smartphones atuais já dispõem de aplicativos que permitem a interação com o consumidor. "Pelo menos 80% dos varejistas com operações de e-commerce têm projetos para levar a loja ao mobile commerce", estima o vice-presidente do Ibevar. Outro uso é como instrumento de trabalho nas empresas do setor. Com ele, é possível acessar informação e gerar automação, transformando-o em um coletor de dados, garantindo maior agilidade.

Finalmente, Terra acredita em um grande salto da utilização de redes sociais para o comércio eletrônico. "Com iniciativas principalmente pelo Facebook, temos o caso do Magazine Luiza, que começou muito bem com o projeto “Magazine Você” e gerou um grande insight para quem está desenvolvendo soluções", diz. "Este ano já veremos isso virando realidade", finaliza, ressaltando o potencial do social commerce. Dessa forma, não vão faltar oportunidades para inovações em 2012 no Varejo - só depende dos investimentos agora.


Fonte: http://www.decisionreport.com.br

domingo, 15 de janeiro de 2012

“Este é o ano da FINEP”, diz Arbix.

Otimista com o andamento das negociações no Governo Federal para a transformação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em instituição financeira, o presidente Glauco Arbix sinaliza que 2012 será o ano da FINEP.

Na primeira entrevista do ano, o presidente faz um balanço de sua gestão e adianta algumas metas necessárias para atingir este objetivo. As mudanças envolvem aperfeiçoamento institucional, qualificação e reforço no orçamento, entre outras medidas.

Grandes mudanças

Por que este é o ano da FINEP?

Glauco Arbix – Porque a FINEP está vivendo um momento absolutamente especial. Não sei se inédito, na medida em que será objeto de uma sequência de decisões, algumas tomadas no âmbito da própria instituição, outras em escalões e patamares superiores, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o conjunto do Governo, em especial a Presidência da República. Porque as mudanças que estão colocadas para o País e para a FINEP superam em muito o alcance das decisões que nós podemos tomar no âmbito de uma única instituição. O Brasil precisa investir muito mais do que investe em tecnologia e inovação. Não se trata de um acréscimo incremental, que se dá gradativamente a cada ano, mas de um verdadeiro salto de qualidade no volume de recursos para inovação e tecnologia.

Instituição Financeira

O primeiro passo que demos foi definir que tipo de instituição a FINEP precisa ser. Não é só porque o Banco Central não nos supervisiona ainda, mas fundamentalmente porque não estamos estruturados como instituição apta a receber recursos do Tesouro sem que isso gere impacto no superávit primário e sem que tenhamos obstáculos legais para trabalhar esses recursos da maneira como eles precisam ser trabalhados e assim chegarem na economia real. Hoje, qualquer grande recurso que venha para a FINEP, com exceção dos que chegam via FNDCT, precisa entrar via BNDES ou qualquer outra instituição financeira. O investimento que fazemos aparece, dada a nossa situação estrutural, como algo que não é caracterizado como investimento, mas como apoio ou transferência, portanto ele tem impacto no superávit primário da República. Isso é um limitante enorme, porque ficamos sempre como uma instituição dependente de outras – ou do BNDES, ou da Caixa, ou do Banco do Brasil, ou do próprio MCTI e do FNDCT. É importante que todos tenham essa visão.

A FINEP multiplicou muito nos últimos 10 anos os recursos que ela trabalhou e investiu na economia, sejam voltados para empresas, no caso os reembolsáveis e a subvenção, sejam os recursos orientados para as universidades e institutos de pesquisa. É evidente que a FINEP viu esses recursos crescerem, mas ao mesmo tempo, se olharmos por outro ângulo, a FINEP foi perdendo autonomia para decidir em que lugar, em qual setor, em qual área ela poderia fazer esses investimentos.

Papel da FINEP

A FINEP precisa ser a grande candidata à instituição que executará este plano. Ela precisa se transformar, antes de mais nada, naquilo que não é – uma instituição financeira com normas e procedimentos claros, funções segregadas, um plano de trabalho de médio e longo prazo, com recursos estáveis e autonomia para decidir e definir onde alocar os seus investimentos. Estamos muito preparados em alguns setores para algumas atividades, mas vivemos em várias áreas e segmentos um despreparo que é normal em uma entidade que não está definida para ser a principal agência que investe e responde por R$ 40 bilhões. A FINEP precisa ser imprescindível.

A FINEP precisa mostrar a cada momento que merece a confiança do Governo para atuar como a mais importante instituição de apoio à tecnologia do País. Temos que provar a cada minuto que temos condições de trabalhar esses recursos e que somos a instituição mais bem equipada para isso. A FINEP precisa impulsionar a competitividade e a produtividade da economia, assim como a qualidade da nossa pesquisa e ciência.

Próximos passos

Em 2011, apresentamos nossa proposta de transformação da FINEP em uma agência de fomento, uma das tipologias definidas pelo Banco Central, a partir de um estudo realizado pela Ernst & Young, empresa das mais conceituadas do mundo nesta área. É o modelo que mais flexibilidade tem para que a FINEP possa operar o crédito, o não reembolsável e o investimento.

A elevação do padrão de qualidade do que fazemos permitirá também que participemos cada vez mais da definição do investimento do FNDCT, via sua governança e o debate no interior do MCTI. Com a transformação da FINEP em uma agência de fomento, criaremos condições para construir uma gestora de recursos, de fundos de investimento. Essa é uma ideia chave, porque aumentará as possibilidades de combinarmos os instrumentos atuais e potencializar os recursos públicos que gerimos.

O movimento deflagrado em 2011 para atribuir um novo estatuto à FINEP deverá ser concluído em três anos. Nossas propostas já foram discutidas com o Banco Central e com o Ministério da Fazenda. Agora os ministros deverão se reunir e tomar a decisão final para que esta posição seja levada à Presidência da República.

Limites do sistema

O PSI é o Programa de Sustentação de Investimento, criado em 2008 para combater a crise. Graças à Presidenta da República, instigada pelo ministro Mercadante, conseguimos R$ 3,75 bi do PSI em 2011. O programa, no entanto, está previsto para acabar em dezembro de 2012. Por isso, a questão da estabilidade de recursos para a FINEP continua na ordem do dia. Ou seja, para cumprir sua missão, a FINEP deverá buscar outras fontes, para além do PSI e mesmo do FNDCT. Essa é uma questão de fundo, pois a sociedade brasileira precisa debater as alternativas à insuficiência do atual sistema de financiamento e apoio à inovação no Brasil. O atual sistema já não consegue, nem conseguirá, dar conta da demanda por inovação e tecnologia que temos pela frente. O FNDCT aumentará de acordo com o crescimento da economia, mas não terá condições de atender às necessidades do País. Ele pode sair do que é hoje e crescer para R$ 4 bilhões ou R$ 4,5 bilhões por ano. Esse crescimento, porém, nada tem a ver com o salto exponencial que o Brasil precisa dar, ou seja, o País precisa passar de um investimento de R$ 4 bi para R$ 40 bi. Se queremos efetivamente transformar o Brasil em uma potência tecnológica, teremos de investir 1% do PIB com recursos públicos, mais 1% ou 1,5% com recursos privados em tecnologia. Foi o que fizeram os países avançados e como fazem hoje a China e a Índia, nossos concorrentes mais imediatos.

Quando acredito que 2012 tem tudo para ser o ano da FINEP, é porque a FINEP tem que se credenciar para ser a melhor e a mais eficiente instituição que trabalha pela tecnologia no país. Não podemos nos contentar em ser apenas uma dentre as melhores. Temos que ser a melhor. Temos que construir a FINEP como um corpo de elite para investir no lugar certo, com a qualidade certa, de forma que consigamos aplicar os cerca de R$ 40 bilhões na economia, nos institutos de pesquisa e nas universidades.

Expertise

Tecnologia e inovação não ocorrem por acaso e nem espontaneamente. Do ponto de vista de uma agência de fomento, tecnologia e inovação não acontecem apenas quando você estabelece um balcão e as empresas, institutos de pesquisa e universidades vêm procurar por financiamento. Inovação e tecnologia exigem capacidade de previsão e sintonia com o que há de mais avançado no mundo. Trata-se de funcionar como um radar capaz de identificar onde estão as falhas, obstáculos e problemas que nos impedem de desenvolver tecnologia e inovação. O Brasil construiu, ao longo de 20, 30 anos, um sistema de ciência e tecnologia muito forte, mas que, ao mesmo tempo, tem muita dificuldade para manter boa relação com a economia e com o mundo real da sociedade. A FINEP desenvolveu ao longo dos anos uma sensibilidade para trabalhar com tecnologia que nenhuma outra instituição no País possui. Tecnologia e inovação não cabem em caixinhas predeterminadas. Por mais que você tente formalizar e estabelecer um padrão de comportamento, nada permitirá que a gente prescinda da presença do analista, aquele que vai lá olhar como a tecnologia está se dando, sendo gerada e construída. Esta capacidade a FINEP conseguiu construir e é um de seus ativos mais preciosos. A FINEP sabe o caminho das pedras e tem condições de fazer isso de um modo sistemático, melhor do que outras instituições. Esta capacidade não é fácil de ser construída. É possível encontrar pessoas qualificadas em outras áreas e até mesmo grupos em outras instituições que fazem o que a FINEP faz, porém, como instituição, a FINEP está melhor posicionada do que qualquer outra para assumir esta tarefa.

Janela de oportunidades

Destaquei três grandes blocos: a FINEP como instituição financeira; a FINEP como candidata a se construir como a principal instituição para viabilizar um salto no sistema nacional de inovação e tecnologia; e a FINEP como um corpo de elite qualificado e bem remunerado. Esses são os três grandes desafios para 2012. Estou confiante no que a FINEP pode fazer. Acho que há condições políticas, organizativas e estruturais para que ela avance nesta direção. A importância do que fizemos é grande. Conseguimos diminuir o tempo de análise, executar muito mais do que em outros anos, despejar na economia um volume de recursos recorde na história da FINEP e contratar 60% a mais de projetos em comparação a 2010; provamos que temos condições de trabalhar esses recursos de maneira mais eficiente, alocando-os em áreas prioritárias. Esse é o único trunfo que nos permitirá negociar e conseguir do Governo mais recursos para a inovação e melhores salários para nossos funcionários. Os recursos para a FINEP virão, em última instância, do Tesouro Nacional e servirão para capitalizar a FINEP, manter um padrão crescente de investimento em crédito e em não reembolsáveis, seja para empresas ou para universidades e institutos de pesquisa, assim como para outras modalidades. Por isso, a FINEP tem de ser uma empresa que respeita os recursos públicos, fazendo sempre o melhor uso dele. A FINEP trabalha no coração do investimento, pois mexe com tecnologia e ciência. Por isso, precisamos afinar instrumentos para sermos uma instituição de elite.

Metas de longo prazo

Não pensamos numa FINEP que passará dos atuais R$ 5 ou R$ 6 bilhões de investimento por ano para R$ 7 ou R$ 8 bilhões. Isso seria e continuará sendo importante. Pensamos numa FINEP que em 10 anos estará investindo entre R$ 40 e R$ 50 bilhões em tecnologia. Sem isso, a ideia de que o Brasil precisa investir pelo menos 1% do PIB em recursos públicos em inovação e tecnologia não será realizada. Essa é uma decisão de Governo e, mais do que isso, uma decisão de longo prazo. Ninguém que procura construir um País pode pensar no curto prazo. O atraso que o Brasil tem em áreas críticas de tecnologia não será suplantado com uma visão imediatista e sem planejamento.

Recebemos este ano cerca de R$ 4 bi a mais que no ano passado para crédito. Foram R$ 3,750 bilhões via PSI, R$ 220 milhões via FAT, R$ 200 milhões do Funttel, dos quais R$ 100 milhões foram confirmados no final de 2011. Contratamos algo em torno de R$ 2,5 bilhões em 2011. Comprometidos para 2012, já temos R$ 6 bilhões nas três modalidades: fomento, consulta prévia e em contratação.

Este ano conseguimos reduzir em 58,8% o tempo médio de análise e aprovação dos projetos reembolsáveis, de 249 dias para 102 dias. O desafio agora é transformar este esforço em algo mais perene. Por isso, criamos um grupo para identificar os gargalos, obstáculos, os passos que damos e que são desnecessários, de tal forma que possamos repensar as nossas estruturas e incorporar de modo mais duradouro o ritmo que criamos. Esse é um grande desafio organizacional. É preciso transformar este esforço em processo e em formas de medir este desempenho, com prazos e objetivos claros. É preciso transformar o que foi excepcional em um sistema estruturado e uma gestão mais moderna, eficiente e avançada.

Conclusão

Estou muito esperançoso com a FINEP, apesar de ter identificado, com a ajuda de pessoas que trabalham aqui, uma série de gargalos e obstáculos. Vejo, porém, muitas virtudes. Fizemos um trabalho sério, consistente, reconhecido pelo Banco Central e pela Fazenda. No geral, há receptividade para o que estamos fazendo em conjunto com o MCTI. Agora o Governo tem que definir e dizer o que ele quer da FINEP. Há grande disposição de avançar em conjunto. Se conseguirmos, será um ganho para a FINEP, para todos os seus funcionários e para o País.

Fonte: http://www.finep.gov.br

A estrada tecnológica!


O Brasil tem conseguido aliar, nos últimos nove anos, crescimento econômico com distribuição de renda e geração de empregos, devido, em boa medida, à formação de um mercado interno robusto e em expansão.

Nesse sentido, um dos vetores principais ao desenvolvimento do país é o dos investimentos em educação, tecnologia e inovação, setores carentes de políticas específicas e de mão de obra especializada.

No ano passado, assistimos ao lançamento de um conjunto de medidas cujo objetivo é fomentar o surgimento de empresas de tecnologia que utilizem pelo menos 20% de componentes nacionais.

A contrapartida governamental é reduzir as tributações para as empresas que se instalarem no país e atenderem a esse requisito. O embrião é a indústria de tablets.

Desde outubro passado, a alíquota de 9,25% de PIS e Cofins para esse setor foi zerada. Além disso, os tablets foram incluídos no Processo Produtivo Básico (PPB), reduzindo também o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre a Circulação de ‘Mercadorias e Serviços (ICMS).

Espera-se um valor final até 40% menor, aliando benefícios tributários à facilitação do acesso a um produto que, segundo as previsões, deve substituir o computador pessoal no prazo de alguns anos.

De fato, as projeções mais modestas esperam que as vendas de tablets no país atinjam 1,3 milhão de unidades em 2012, o dobro do que foi comercializado em 2011.

E as iniciativas que o governo federal adotou já permitiram um movimento altamente positivo ao país: a formação de um pólo produtor de tablets com componentes nacionais na região de Jundiaí e Campinas.

Com a queda na tributação - o IPI foi de 15% para 3% e o ICMS em São Paulo caiu de 18% para 7% -, pelo menos dez empresas se mostraram interessadas em produzir na região, sendo que quatro delas já estão em funcionamento.

É pouco mais de um terço das 28 empresas que solicitaram autorização para obter os incentivos tributários. Logicamente, esse movimento resultará em ampliação dos investimentos produtivos e em tecnologia.

Mais de R$ 500 milhões foram investidos até agora para montar novas linhas de produção, com expectativa de geração de pelo menos 6.000 novos empregos.

A cidade de Campinas já havia adotado políticas para atrair a produção eletroeletrônica, utilizando-se do fato de abrigar a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e de ser referência em centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Agora, os estímulos federais se somarão a essas políticas para fortalecer o pólo tecnológico em formação.

Há muito para avançar no que se refere aos investimentos em tecnologia, especialmente em P&D.

O despontar desse polo Campinas-Jundiaí, de produção tecnológica com componentes nacionais, é um bom exemplo de nosso potencial de desenvolvimento ainda inexplorado. O desafio, portanto, é conseguir espalhar esse movimento para outras regiões.

Só será possível fazer isso se conseguirmos articular os investimentos em educação, inovação e infraestrutura, atraindo a iniciativa privada. Demos o primeiro passo, sem dúvida, mas ainda temos toda uma estrada a percorrer.

Fonte: http://www.brasileconomico.com.br - José Dirceu - Ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Finep cria crédito permanente.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vai criar um programa de crédito permanente para ajudar empresas a manter investimentos constantes em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Segundo o presidente da agência, Glauco Arbix, a ideia é trocar a lógica de apoio isolado a projetos por uma espécie de crédito pré-aprovado para um suporte financeiro global à atividade de inovação.

Cada operação da conta Inova Brasil P&D poderá chegar a R$ 200 milhões. O programa, que deverá ser lançado nos próximos dias, foi apresentado hoje à diretoria da Finep. Identificada com o fomento de empresas de base tecnológica, a instituição ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia quer alcançar mais companhias de grande porte com um instrumento concreto para convencê-las a manter e ampliar os aportes em inovação e competitividade, diretriz do Plano Brasil Maior, sobretudo em meio à crise internacional.

Figuram entre os tomadores recorrentes da Finep grandes empresas como Embraer, Vale, Fibria, IBM, Totvs, Petrobras e Braskem, mas a agência tem que avaliar cada projeto. Segundo Arbix, o programa foi desenhado para as companhias que investem em P&D de forma sistemática. A empresa poderá obter uma linha de crédito de 3 a 5 anos. No primeiro, receberá o equivalente à média do que aplicou em P&D nos últimos dois anos. Se cumprir os projetos, terá 10% a mais.

As interessadas poderão ainda aumentar em 5% o limite de crédito cada vez que cumprirem uma das exigências criadas pela Finep para incentivar indicadores como: aumento da média de escolaridade dos funcionários, internalização de processos de tecnologia e engenharia, contratação de mestres e doutores, inclusão de pequenas empresas de base tecnológica entre os fornecedores e parceria com instituições científicas. “Se cumprir esses itens, a empresa poderá chegar a transformar 135% do investimento em inovação em crédito automático. Além de reduzir a burocracia da análise de cada projeto, esse programa dá impulso concreto à formação de um grupo de empresas que investem regularmente em P&D”, afirmou Arbix.

Fonte: http://portosenavios.com.br

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cloud computing causa revolução no desenho do mercado!

Apesar do ceticismo, conceito deverá promover uma disparada nos investimentos em 2012, apontam consultorias do setor de TI.

Nada será como antes, dizem analistas sobre o impacto causado pelo conceito cloud computing. Ele, de fato, revolucionou a forma de entregar e de adquirir tecnologia da informação e comunicação, afirma Bruno Arrial dos Anjos, analista sênior de mercado da Frost & Sullivan do Brasil.

O analista diz que a aceitação de cloud pode ser constatada em variadas pesquisas. Em uma delas, realizada pela consultoria em 2010 no Brasil, com mais de cem empresas de grande porte, 54% já usavam algum tipo de solução na nuvem. Desse universo, 86% adotavam o modelo software como serviço (SaaS). Outro dado interessante é que 66% das empresas que participaram disseram que continuarão investindo em nuvem ou vão testar soluções baseadas no conceito.

Realizado em setembro de 2011, outro levantamento da consultoria, desta vez com médias companhias, aponta como principais barreiras para a adoção de computação em nuvem, as questões que envolvem segurança, qualidade da internet no Brasil e integração com o legado, nesta ordem.

Mas ainda com ceticismos, o conceito deverá promover uma disparada nos investimentos em 2012. Estudo da KPMG Internacional com empresas do mundo todo prevê aquecimento nos investimentos para 2012. Algumas delas planejam alocar mais de um quinto do orçamento em computação em nuvem no próximo ano, de acordo com o relatório “Clarity in the cloud: the impact, opportunity and risk of cloud”, sumário do estudo global da empresa sobre computação em nuvem.

“Evidentemente, essas constatações anunciam que a hora da computação em nuvem é agora", afirma Frank Meylan, sócio de Management Consulting da KPMG no Brasil. Ele diz que a computação em nuvem está transcendendo a TI e influenciando de modo amplo as relações comerciais, uma vez que um terço dos entrevistados afirmou que ela mudaria fundamentalmente seus negócios. “O que é significativo, considerando que muitas organizações ainda estão desenvolvendo suas estratégias de nuvem.”

“A adoção da computação em nuvem está mudando rapidamente do patamar de uma vantagem competitiva para uma constatação de necessidade operacional, possibilitando inovação que pode criar novos modelos de negócios e oportunidades”, afirma Steve Hill, vice-presidente de Investimentos Estratégicos da KPMG nos Estados Unidos.

Para Mauro Peres, gerente-geral da consultoria IDC no Brasil, embora o conceito ainda gere uma série de questionamentos, ele veio para ficar, e acena com aumento significativo do uso. Ainda em estágios iniciais, no futuro, a computação em nuvem, as redes sociais e a mobilidade combinarão o próximo ponto de conexão, no qual os data centers darão espaço para data cloud (nuvem de dados) e os dispositivos móveis vão se tornar janelas para nuvens pessoais. A computação pessoal irá se tornar uma computação massiva e colaborativa e as tecnologias de informação serão ofuscadas pelas “informações ecológicas” (information ecologies).

“O impacto dessas forças fará com que as arquiteturas dos últimos 20 anos fiquem obsoletas. Juntas, elas pressionam e nos levam a criar negócios pós-modernos, orientados pela simplicidade e pela desconstrução da força criativa”, diz vice-presidente do instituto de pesquisas Gartner, Peter Sondergaard.

Com essas mudanças, o especialista do Gartner acredita que a TI terá um papel mais relevante para os negócios do que nas décadas anteriores. “Para que os líderes de tecnologia da informação nesse ambiente possam conduzir suas linhas de frente e reinventar o setor. Eles ainda precisam abraçar os negócios pós-modernos, em que as empresas são dirigidas pelo relacionamento com os clientes, animadas pela explosão da informação, da colaboração e da mobilidade”, diz o executivo.

Para Sondergaard, a economia global está sendo moldada pela área de TI. “O setor é um impulsionador básico do crescimento dos negócios. Como exemplo, observamos que, somente este ano, 350 companhias vão investir mais de 1 bilhão de dólares em tecnologia e elas estão fazendo isso porque essa é a área que tem impacto no desempenho dos negócios.”

“O gestor de ‘infraestrutura do futuro’ tem de ter um perfil mais parecido com um gestor de projetos, um facilitador e não com o de puramente técnico”, afirma Alexandre Vargas, analista de Software da IDC. Segundo ele, será preciso avaliar com seriedade e mais cuidado tecnologias que tragam eficiência e economia imediata para o negócio nesse novo desenho da TI.

Fonte: http://computerworld.uol.com.br - por Solange Calvo, da Computerworld

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Agenda do setor produtivo ainda não incorporou a inovação, afirma Antoniazzi.

Apesar de ter entrado definitivamente na agenda de governo brasileiro, a cultura da inovação – imprescindível para garantir a competitividade no mercado - ainda não está totalmente impregnada no setor produtivo. A preocupação é do vice-presidente da ABIPTI pela região Sul e presidente da Fundação de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Cientec), o engenheiro Luiz Antonio Antoniazzi.

Os investimentos em inovação no Brasil são crescentes, porém muito tímidos e aquém da sua necessidade, destaca Antoniazzi. O país possui o 11° parque industrial do mundo e o 7° Produto Interno Bruto (PIB) do planeta. No entanto, ocupa o 47° lugar no ranking da inovação tecnológica. O setor industrial investe cerca de 0,50 % do PIB Nacional, pouco ao considerar a Coreia do Sul, que investe 2,46 %; o Japão, 2,68 %; e os Estados Unidos da América (EUA), com 1,86%.

No Brasil, informa, quem mais investe é o Estado (0,57 % do PIB, incluindo os investimentos da Petrobras). Somente 2,7% da empresas brasileiras inovam e diferenciam seus produtos, entre 70 mil indústrias pesquisadas. Destas, em média, os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) são de 0,7% do seu faturamento.

Na opinião de Antoniazzi, as empresas devem destinar, no mínimo, um percentual de 5% do faturamento para investir em PD&I de acordo com o seu perfil (alta, média alta, média baixa ou baixa tecnologia). Além disso, o setor industrial tem que ser mais ousado e usufruir dos produtos e processos gerados pelas entidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (EPDIs). “Ainda é comum que empresa e indústria desenvolvam tecnologias isoladamente, sem o aproveitamento do conhecimento e da infraestrutura existentes em universidades, centros de pesquisas e institutos tecnológicos”.

Legislação

Com a promulgação da Lei da Inovação, a expectativa é facilitar a interação com o setor produtivo. Porém, as EPDIs ainda são muito burocratizadas e não possuem a agilidade esperada. Os entraves burocráticos causados pela Lei 8.666/93 têm sido o principal obstáculo para a pesquisa científica e tecnológica no país, uma vez que a legislação é anacrônica. “As regras colocam a pesquisa e a inovação como um produto na prateleira de um supermercado”, analisa.

Um novo código de ciência e tecnologia, acredita Antoniazzi, poderá reduzir a burocracia, mas é fundamental ter uma nova postura em relação à inovação tecnológica com a difusão de uma cultura de inovação, como tem ocorrido na Coreia do Sul nos últimos anos. “Sem recursos humanos capacitados não se faz pesquisa científica e nem tecnológica”.

Hoje, enumera, são formados no Brasil aproximadamente 47,1 mil engenheiros por ano, o que equivale a 1,95/10 mil habitantes. Na China são 13,4 e, na Coreia do Sul, 16,4. E não é por falta de vagas nas universidades - em 2008 foram oferecidas 249 mil no Brasil, mas foram preenchidas apenas 147 mil.

Commodities

Além disso, completa Antoniazzi, o Brasil é um país exportador de commodities e importador de tecnologia, uma incômoda realidade que vem desde o Brasil Colônia e que precisa mudar. O déficit tecnológico brasileiro é assustador se for levado em conta que no primeiro trimestre deste ano atingiu U$ 49.765 bilhões. A falta de uma política industrial fragilizou o processo da inovação ao longo das últimas décadas. “Este cenário não mudará enquanto o país copiar e reproduzir a tecnologia do concorrente sem agregar valor”, destaca.

Para reverter o quadro, reforça o vice-presidente da ABIPTI, é necessário que todas as organizações envolvam seus setores com uma gestão voltada para a inovação. “O crescimento da indústria nacional, seja micro, pequena, média ou grande, deve acontecer por meio de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Esta não acontece necessariamente com a introdução no mercado de novos produtos, mas também com melhorias que, ainda assim, caracterizam o produto ou processo como inovador”, lembra.

A melhor tecnologia não garante necessariamente uma inovação de sucesso no mercado, ressalta. O primeiro aspecto se dá no ambiente em que uma organização está inserida, levando-se em conta as características de sua cadeia produtiva, políticas governamentais de apoio e a intensidade da competição no mercado em que atua, entre outros pontos, como o organizacional e o tecnológico.

Petrobras

Há exemplos de grandes corporações que não avaliaram este contexto, lembra ele, como a Sony, que nos anos 1980 lançou o videocassete Betamax e, mais recentemente, a Toshiba, ao lançar o vídeo de alta definição, que perdeu espaço para o Blu-Ray, amargando um prejuízo de mais de U$ 2 bilhões.

Para Antoniazzi, a Petrobras é o exemplo mais emblemático que sintetiza tudo o que foi dito. Na cadeia do petróleo, gás, indústria naval e oceânica, a inovação está presente de forma contínua e consistente. “A atuação do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguel de Mello (Cenpes), unidade da Petrobras responsável pelas atividades de P&D e engenharia, somada à interação com universidades e instituições tecnológicas de todo o país, com pesados investimentos em pesquisa, deram à Petrobras o diferencial necessário para o alcance da competitividade internacional”.

Com uma política bem sucedida de implementar conteúdo local nas aquisições, completa Antoniazzi, a empresa passou a fomentar a inovação em toda a cadeia de fornecedores, além de disponibilizar suas patentes a eles. “Em 2011, a Petrobras investirá algo em torno de U$ 1.25 bilhão em pesquisa e desenvolvimento”, finaliza.

Fonte: http://www.abipti.org.br - por Cristiane Rosa

domingo, 8 de janeiro de 2012

Conheça a lei que marcou a expansão territorial e a ampliação dos setores econômicos do Porto Digital .

Economia Criativa agora faz parte do escopo do Porto Digital. Além disso, o quadrilátero do bairro de Santo Amaro, compreendido entre a avenidas Norte, Cruz Cabugá, Mário Melo e a rua da Aurora também foi incorporado ao território do Porto Digital.

No dia 28 de dezembro de 2011, o prefeito do Recife, João da Costa, assinou a lei que reconhece a expansão do Porto Digital para o bairro de Santo Amaro, região que passa a ser beneficiária dos incentivos fiscais do Porto Digital. A mesma lei amplia a área de atuação do parque, que agrega formalmente, a partir de agora, o setor da Economia Criativa. Para ver a lei, clique aqui.

O território do Porto Digital irá se estender definitivamente para o "Quadrilátero Aurora", (assim é conhecido o território nos meios de planejamento), uma área de 450mil m2 situada em Santo Amaro, entre as Avenidas Norte, Cruz Cabugá, Mário Melo e Rua da Aurora.

Os empreendimentos da chamada Economia Criativa que se fixarem no bairro de Santo Amaro ou no Bairro do Recife também terão, assim como as empresas de Tecnologia da Informação, o direito ao benefício da redução do ISS, de 5% para 2%. Assim, o Parque deixa de ser, desta forma, um ambiente voltado unicamente à inovação tecnológica para passar a abranger também o setor da Economia Criativa.

Em Santo Amaro, o Porto Digital terá capacidade de receber empresas de grande porte, que demandam grandes áreas, em prédios modernos. Lá, os empreendimentos poderão ser erguidos em altas torres, tendo em vista que não há restrições para demolições ou requisitos de preservação histórica por parte do IPHAN. A região é também uma área habitacional e com grande potencial de construção de estacionamentos para os novos empresariais que devem surgir.

O Porto Digital acredita que a vocação natural da cidade para as ciências e as artes, cultura e tecnologia, aliada ao talento e criatividade do seu povo, representam as bases modernas para a construção do futuro do Recife.

Fonte: http://www2.portodigital.org

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Inovação vira sinônimo de conveniência!

O mundo da tecnologia da informação é repleto de siglas misteriosas – muitas delas acrônimos de expressões em inglês, igualmente obscuras – o que costuma manter à distância qualquer um que não trabalhe diretamente na área. Quem, afinal, quer se chatear com coisas como ERP, BI ou CRM?

É bom se preparar porque em 2012 essa sopa indigesta vai ganhar novos elementos. Termos como HTML 5 – um padrão que facilita o acesso a aplicativos por meio de dispositivos móveis – podem não virar assunto para a conversa de bar, mas você vai ouvir falar cada vez mais sobre eles.

Da lista das 10 tecnologias que prometem dominar o cenário este ano, metade delas é identificada por siglas: além do HTML 5, estão na relação NFC, Wi-Fi, 4G e NUI.

“Em 2012, não haverá uma grande novidade, mas a concretização de uma série de tendências já vistas”, diz Fernando Belfort, analista sênior da consultoria Frost & Sullivan. “O que vamos ver são grandes casos de implementação dessas tecnologias.”

Filmes e séries

A boa notícia é que, a despeito do susto inicial que as siglas provocam, a maioria das inovações tem por objetivo tornar mais fácil a vida do usuário, em casa ou no escritório. A regra seguida por programadores e engenheiros de sistema é a da conveniência a qualquer custo: fazer com que o consumidor tenha tudo à mão – e, em alguns casos, até sem a ajuda dela.

Não entendeu? É isso o que propõe a NUI, sigla para Natural User Interface. A ideia é permitir que, ao lado do teclado e das telas sensíveis ao toque, o usuário possa controlar seus dispositivos com a voz, ou com movimentos do corpo, como ocorre no Kinect, um sensor do console Xbox.

Os comandos de voz, em particular, são um sonho antigo. Anos atrás, a IBM chegou a lançar um produto comercial com esse fim. Não deu certo. O assunto parecia esquecido até que, no ano passado, a Apple anunciou o sistema Siri como uma das principais inovações de seu novo iPhone 4S. O sistema chegou ao Brasil com o lançamento do aparelho no país, em meados de dezembro, mas em inglês.

Melhor fez o Google. Discretamente, a companhia lançou para o iPad um aplicativo de busca na web, acionado por voz, no qual o usuário pode configurar o idioma preferido. Português é uma das opções e o sistema funciona bem, se não houver ruídos de voz ao redor, como o barulho da TV.

E que tal usar o celular para pagar o metrô, sem usar bilhete? É o que a MTA, órgão que administra os transportes em Nova York, pretende começar a testar, depois que fechou um acordo com a fabricante finlandesa de celulares Nokia. Por trás do serviço está o padrão NFC (sigla em inglês para comunicação de curto alcance). Basta aproximar o telefone da catraca para ter o acesso liberado – se você tiver créditos, claro. Não se trata de uma iniciativa isolada. Companhias como Samsung e HTC também já anunciaram que vão investir no padrão.

Como se vê, a ideia é tornar a vida mais leve – e essa não é uma figura de expressão. Quem já precisou andar de um lado para o outro com um notebook pesado a tiracolo sabe como isso é difícil. Os netbooks foram uma tentativa de reduzir o peso dos equipamentos. O problema é que reduziram também a capacidade de processamento. O resultado, a despeito do sucesso inicial, é que os netbooks estão na rota do esquecimento.

A indústria, agora, aposta nos ultrabooks – computadores muito finos e leves, mas com a maioria dos recursos de um notebook normal.

Essa nova categoria de equipamentos pode ganhar força adicional com uma das estreias mais aguardadas do setor: o Windows 8. A Microsoft ficou atrás na guerra dos dispositivos móveis, como tablets e celulares. Com o novo sistema, espera ingressar definitivamente nessa guerra. Uma versão de teste é esperada para fevereiro, com o lançamento oficial no fim do semestre.

Com uma aparência que lembra tijolos digitais, em vez das tradicionais janelas, a expectativa é que o Windows 8 seja muito intuitivo – leia-se fácil de usar -, com a vantagem de funcionar tanto nos computadores tradicionais como nos dispositivos móveis. A diretriz na indústria de tecnologia é unificar.

Isso vale para a sala de estar. Até agora, quem queria ver filmes comprava um aparelho de DVD, fãs de novelas ou futebol sentavam-se à frente da TV e internautas preferiam o computador. As smart TVs, outra tendência de 2012, combinam isso tudo. O espectador vê a programação normal, mas também consegue acessar vídeos no YouTube e comprar filmes e séries disponíveis em serviços como o da brasileira Netmovies ou da americana Netflix, que chegou ao Brasil em 2011.

Falta de conteúdo

A computação em nuvem dá o tom das transformações. O modelo, que prevê o acesso a dados, softwares e conteúdo via internet, sem que nada disso esteja no dispositivo do usuário, já é um ponto central na estratégia das companhias, mas também vem mudando a vida do consumidor, que passou a usar a nuvem para armazenar fotos, vídeos e documentos pessoais.

A explosão do volume de dados na internet, porém, vai exigir o reforço das empresas na adoção de tecnologias de comunicação. Duas delas merecem atenção especial: o Wi-Fi e a 4G, que também estão na lista de 2012. “A mobilidade e o uso de software e serviços na nuvem exigirá investimento na infraestrutura de conexão”, afirma Belfort, da Frost & Sullivan.

Antecipar tendências em um setor dinâmico é sempre arriscado. Mas das dez tecnologias indicadas pelo Valorno ano passado, nove foram bem-sucedidas: tablets, aplicativos, banda larga, serviços on-line, acesso ao conteúdo de TV por vários meios, redes sociais, smartphones, mapas digitais e clubes de compra. Algumas delas retornam à lista deste ano, caso dos aplicativos, ou servem de base a tópicos como smart TVs e a nuvem.

A exceção que não se cumpriu foi o 3D. Depois de fazer sucesso no cinema, com Avatar, a tecnologia espalhou-se por notebooks e televisores. Novos produtos do tipo continuam chegando às prateleiras, mas a falta de conteúdo específico e a necessidade de usar os óculos especiais parecem manter o consumidor afastado. Afinal, quantas pessoas você conhece que usam 3D em casa?

Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br - Cibelle Bouças, João Luiz Rosa e Moacir Drska em 03/01/2012 na edição 675