sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Gartner diz que, agora, 'todas as empresas são empresas de tecnologia'

"A consultoria Gartner proclamou o nascimento da Economia Digital Industrial e, com ela, a ruptura definitiva do modelo tradicional de negócios."

A consultoria Gartner é conhecida por sua habilidade em identificar tendências de futuro e criar "buzzwords" (palavras da moda) para elas. Nesta semana, durante a realização do Gartner Symposium/IT Expo em Orlando, na Flórida, ela anunciou a nova tendência: o nascimento da era da Economia Industrial Digital (Digital Industrial Economy).

A nova definição para os próximos anos foi anunciada durante a abertura do evento feita pelo vice-presidente sênior do Gartner, Peter Sondergaard, para explicar a ideia de que todas as companhias, hoje, são empresas de tecnologia. Temos que nos preocupar com o poder do digital e a mudança fundamental que ele representa para os nossos negócios.

"Todo orçamento é um orçamento de TI. Toda companhia é uma companhia de TI. Todo líder de negócios está se tornando um líder digital. Toda empresa está se tornando uma empresa tecnológica. Estamos entrando na era da Economia Industrial Digital." Os profissionais de TI vão precisar prestar muita atenção a essa buzzword, porque suas ramificações são profundas e transformadoras em todos os aspectos.

A ideia de Sondergaard é que quando as tendências de mobilidade, social, big data e cloud desenvolvidas nos últimos anos forem utilizadas juntamente com sensores digitais presentes em todos os produtos que usamos, todos os prédios em que vivemos e trabalhamos e até mesmo nas roupas que vestimos, as empresas estarão imersas num mundo totalmente digital.

E isso é um fato que transcende as empresas de tecnologia e os departamentos de TI para tornar-se realidade para todas as empresas e todos os departamentos.

Por conta dessas forças, praticamente qualquer pessoa poderá criar uma ferramenta ou produto que poderá tornar-se disruptivo para um modelo de negócios. As empresas não podem simplesmente ficar sentadas e acreditar que o que quer que tenha funcionado no passado vai continuar a valer daqui para frente porque a velocidade da mudança é estonteante. E com ela a fronteira entre a TI corporativa e a TI de consumo deixa de existir.

Isso já começou com a chamada consumerização da TI. Na medida em que os usuários trazem seus dispositivos digitais e suas experiências pessoais para o ambiente de trabalho, eles exigem uma experiência corporativa semelhante à experiência pessoal. O resultado é uma linha cinzenta entre o que consideramos ferramentas corporativas e o que consideramos puramente consumidor.

"Digital é o negócio. E os negócios são digitais", afirma Sondergaard. Uma dinâmica similar à que já foi abordada pelo analista da Forrester, James McQuivey, em seu livro Digital Disruption, Unleashing the Next Wave of Innovation (Ruptura Digital, Liberando a Próxima Onda da Inovação). No livro, McQuivey argumenta que há toda uma nova geração de concorrentes que nasceram digitais e que fazem uso indiscriminado dos serviços de cloud encontrando formas de criar novos produtos rapidamente. Como diz McQuivey, qualquer companhia pode ser destruída pela concorrência digital.

Eles não se preocupam em fazer focus groups para criar um novo produto perfeito porque hoje os canais de mídia social fornecem toda a informação e feedback que necessitam da audiência e o modelo de interação rápida apoiado em tecnologias flexíveis de cloud os ajuda a responder rapidamente à demanda.

Ao fazer uma apresentação na conferência E2 em Boston, em junho passado, McQuivey usou o exemplo da escova de dentes. Como você reimaginaria uma escova de dentes num mundo digital? Bom, pra começar, colocaria sensores nela e coletaria dados sobre seus hábitos de escovação, os pontos que está deixando de cuidar, o tempo que gasta escovando etc. Esses dados poderiam ir direto para um repositório na nuvem ou você poderia compartilhá-los com seu dentista e ajudá-lo a cuidar melhor dos seus dentes. E esse é um exemplo pequeno e prosaico do que vem por aí.

E isso nos leva de volta à noção de Economia Industrial Digital que o Gartner está discutindo. Quando você imagina esses sensores em tudo que compramos e quando você pensa que mobilidade não tem a ver só com seu smartphone ou tablet, mas que pode ser encontrada em algum tipo de computação vestível que pode estar no nosso rosto ou nas nossas roupas, e você combina isso com os dados que estão sendo transmitidos no mundo pelos semáforos de trânsito e sistemas de aquecimento e máquinas de refrigerante - qualquer coisa e todas as coisas - você começa a ver como é inevitável que essas tendências tenham impacto em qualquer tipo de negócio, independente do que você venda ou faça.

Enquanto você pensa sobre isso - e você PRECISA pensar sobre isso porque o mundo está mudando na sua frente - considere esses números do Gartner:

- Em 2009 havia no máximo 2,5 bilhões de dispositivos conectados no mundo, combinando 1,6 bilhão de dispositivos e 900 milhões de sensores;

- Em 2020, o Gartner está prevendo que teremos 37,3 bilhões de dispositivos conectados, resultado da combinação de 7,3 bilhões de dispositivos e 30 bilhões de sensores;

Vamos combinar que é preciso olhar qualquer previsão de empresas de consultoria com uma boa dose de soro da verdade. Nesse caso, imaginando que só metade dos números do Gartner se realizem, ainda assim estamos falando de um número gigantesco de dispositivos conectados no mundo comunicando e compartilhando dados de formas que nem imaginamos ainda.

Sondergaard está correto em dizer que "nosso mundo pessoal e a Internet das Coisas estão colidindo e essa colisão vai ter um impacto profundo em como nós fazemos negócios". Essa mudança vai criar novas empresas e novas eficiências que vão agregar valor a todos os processos. Obviamente o Gartner tem um número aqui também: a empresa prevê que haverá um ganho líquido de US$ 1,9 trilhão como resultado da influência da Internet das Coisas na maneira de fazer negócios.

Se o Gartner está correto, estamos à beira de uma mudança gigante. Já começamos a ver os primeiros sinais dessa mudança na forma da ruptura digital, consumerização e BYOD, mas o que está vindo aí conforme crescemos cada vez mais digitais vai alterar para sempre o jeito de fazer negócios e você precisa pensar nisso hoje, porque 2020 não está tão longe assim.

Fonte: http://idgnow.uol.com.br/ - por Ron Miller, CITEWorld

Demanda por crédito para inovação atinge R$ 68 bilhões

A demanda por financiamentos para tecnologia e inovação é muito maior do que a Finep esperava para este ano: foram R$ 68 bilhões em demanda, contra uma oferta de R$ 32,9 bilhões anunciada em março.

Uma das razões para o aumento da demanda, no caso da própria Finep, é que o tempo necessário para a contratação do crédito para os projetos foi drasticamente encurtado. Em 2010, diz Glauco Arbix, presidente da Financiadora, chegava a 452 dias, e atualmente é de no máximo 30 - isso ajudou a elevar também o número de empresas que se cadastraram na Finep: foram 1.114 nesse período, mais do que o total cadastrado nos 46 anos de existência do órgão.

Arbix diz que não há uma resposta imediata para a demanda: “O Brasil não tem um sistema que ofereça investimentos em médio e longo prazos para pesquisa e desenvolvimento, e infelizmente é assim no mundo inteiro”. Bancos privados, por exemplo, não financiam iniciativas desse gênero, porque o risco é muito alto, diz ele.

Conseguir financiamento nem sempre é o principal problema em pesquisa, desenvolvimento e inovação, observa o professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp, Ruy Quadros, que coordena o curso de “Especialização em Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica”, cujo objetivo é capacitar profissionais já experientes a mobilizarem conhecimento e competências tecnológicas para criar novos produtos, processos, serviços e negócios. Os grandes problemas são justamente aqueles tratados no curso: “Os alunos precisam de uma visão integrada desde a gestão do projeto em nível micro, passando pela visão estratégica, planejamento de tecnologia, indo até a visão do sistema de P&D no Brasil”, explica o Quadros.

Fonte: http://www.anpei.org.br/ - (Com informações do Valor Econômico)

domingo, 8 de dezembro de 2013

MCTI, Finep e BNDES lançam Inova Sustentabilidade

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, o presidente da Finep, Glauco Arbix, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, lançaram no dia 29 de novembro, o Plano Inova Sustentabilidade, em reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizada em São Paulo. O objetivo do Inova Sustentabilidade, também com participação do Ministério do Meio Ambiente, é incentivar a realização de investimentos na área ambiental, com a promoção de soluções inovadoras capazes de mitigar impactos das atividades produtivas sobre o meio ambiente. O edital está previsto para ser lançado ainda em dezembro.

O objetivo do Inova Sustentabilidade é incentivar a realização de investimentos ambientais, com a promoção de soluções inovadoras capazes de mitigar impactos das atividades produtivas sobre o meio ambiente.

Com dotação orçamentária de R$ 2 bilhões, divididos igualmente entre Finep e BNDES, para operações contratadas no período de 2014 a 2016, o Inova Sustentabilidade terá quatro principais linhas temáticas: produção sustentável; recuperação de biomas brasileiros e fomento às atividades produtivas sustentáveis de base florestal; saneamento ambiental; e monitoramento de desastres ambientais.

Os projetos (Planos de Negócios) das empresas brasileiras candidatas a financiamentos no âmbito do Inova Sustentabilidade serão submetidos ao processo de seleção pública conjunta. Os Planos de Negócios poderão ser apoiados pela combinação de linhas da Finep e do BNDES, que incluem Fundo Clima, Programa de Sustentação do Investimento (PSI), subvenção econômica para empresas e financiamento não reembolsável para pesquisas realizadas em Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs), dentre outros instrumentos de apoio. Quando cabíveis, os instrumentos de renda variável também serão utilizados.

A fim de possibilitar o desenvolvimento de soluções completas no âmbito das linhas temáticas do Inova Sustentabilidade, será estimulada a formação de parcerias entre empresas e entre empresas e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs). Tais parcerias deverão contar com uma empresa-líder, que necessariamente deverá ser uma empresa independente ou pertencente a grupo econômico que possua receita operacional bruta igual ou superior a R$ 16 milhões e patrimônio líquido igual ou superior a R$ 4 milhões no último exercício.

O Inova Sustentabilidade poderá financiar Planos de Negócios acima de R$ 5 milhões, com prazo de execução de até 60 meses. A participação será de até 90%. A iniciativa faz parte do Plano Inova Empresa, que prevê R$ 32,9 bilhões em 2013 e 2014 para impulsionar a produtividade e a competitividade da economia brasileira por meio da inovação tecnológica.

Fonte: http://www.anpei.org.br/ - (Com informações da Finep)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

BNDES lança Criatec II e amplia recursos para empresas inovadoras

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, assinou o termo de compromisso para o investimento do BNDES no Fundo Criatec II. Destinado a apoiar empresas nascentes voltadas para inovação, o fundo terá capital comprometido de R$ 186 milhões, que será aportado na participação acionária de 36 companhias. O lançamento do Criatec II é consequência do bom desempenho do Criatec I, que entrou em operação em 2007.

O Banco, por meio da BNDESPAR, investirá R$ 124 milhões no fundo. Os R$ 62 milhões restantes virão do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que aportá R$ 30 milhões; do Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (Badesul), R$ 10 milhões; Banco de Brasília (BRB), R$ 10 milhões; Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), R$ 10 milhões. O Bozano Investimentos, gestor nacional do fundo, aplicará R$ 2 milhões.

Há ainda a possibilidade de aportes adicionais de outros potenciais quotistas, o que poderá elevar o patrimônio comprometido para cerca de R$ 200 milhões.

A participação dos quatro bancos de desenvolvimento no Criatec II visa atingir uma maior pulverização dos investimentos no país e incentivar a inovação em diferentes regiões. A capilaridade regional de quotistas busca criar um compromisso do fundo em investir nas suas respectivas áreas de atuação um montante igual ao capital comprometido por esses investidores. O Criatec I tinha como quotista, além do BNDES, apenas o BNB.

“Inovação é uma das prioridades do BNDES, assim como o trabalho de ampliar o acesso das pequenas empresas ao mercado de capitais. O Criatec II é um passo nessa direção e estamos fazendo isso com um arco de aliança com bancos de desenvolvimento muito expressivo”, disse Luciano Coutinho durante a assinatura de lançamento do fundo, que ocorreu o prédio do BNDES, no Rio de Janeiro.

O Criatec II tem duração prevista de 10 anos. Nos quatro primeiros, os gestores selecionarão e investirão em empresas inovadoras com faturamento líquido anual de até R$ 10 milhões, obtidos no ano imediatamente anterior à aprovação do investimento pelo Fundo.

O Bozano Investimentos será responsável pela escolha de seis gestores regionais, que terão como meta implementar boas práticas de administração e de governança corporativa nas empresas investidas, de modo que desenvolvam produtos e processos inovadores capazes de competir no mercado nacional e internacional. Os gestores regionais atuarão nos seguintes polos: Sul (Porto Alegre); Sudeste (SP, RJ e MG); Centro-Oeste (Brasília); e Nordeste (CE).

Os setores alvo do Criatec II são: Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC); Agronegócios, Nanotecnologia, Biotecnologia e Novos Materiais. Cada empresa poderá receber, no máximo, R$ 2,5 milhões no primeiro investimento, podendo ainda receber investimentos subsequentes de até R$ 3,5 milhões em outras rodadas de investimento. No entanto, o valor máximo por empresa investida não poderá exceder R$ 6 milhões.

A Triaxis será responsável, em conjunto com o Bozano, pela seleção, contratação, treinamento e supervisão dos gestores regionais, bem como, por assessorar o gestor nacional, ao longo de todo o período de operação do fundo, em todos os processos de investimento, monitoramento e desinvestimento, em conjunto com os gestores regionais.

Fonte: http://www.anpei.org.br/ - (Com informações do BNDES)