segunda-feira, 15 de abril de 2013

Governo Federal lança Plano Inova Saúde, com participação da FINEP em cerca de R$ 2 bi

Como parte do desafio pela inovação proposto pela Presidenta Dilma com o Plano Inova Empresa, o Governo Federal e a FINEP apresentaram na quinta-feira (11/04), durante a reunião do Comitê Executivo e Conselho de Competitividade do Complexo da Saúde, em São Paulo, o Plano Inova Saúde. São dois editais no valor total de cerca de R$ 2 bilhões, que integram diversos instrumentos de financiamento da FINEP (Agência Brasileira da Inovação), do Ministério da Saúde (MS), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "A área de saúde é uma das nossas prioridades, já que 30% de toda a inovação criada vem desse setor, além de ser uma obrigação social do país", disse Glauco Arbix, presidente da FINEP.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação - Marco Antonio Raupp -, concordou com Arbix: "o total de R$ 2 bilhões de recursos contidos nos dois editais que estamos anunciando está dentro de uma visão global de inovação dos R$ 32 bilhões do Plano Inova Empresa. Essa política do Governo contempla, por sua vez, todas as áreas estratégicas do Plano Brasil Maior. Até o final do ano, pretendemos lançar programas que cubram todos os setores estratégicos", destacou.

Um dos editais (Inova Saúde – Biofármacos, Farmoquímicos e Medicamentos) é destinado ao apoio às empresas brasileiras no desenvolvimento e domínio tecnológico das cadeias produtivas ligadas a três áreas temáticas: Linha 1: Biofármacos (Desenvolvimento de produtos com ação terapêutica obtidos por rota biotecnológica); Linha 2: Farmoquímicos (Desenvolvimento de insumos farmacêuticos ativos obtidos por síntese química); e Linha 3: Medicamentos (Desenvolvimento de tecnologia farmacêutica e processos industriais para fabricação de medicamentos); Linha 4: Tecnologias da Informação e Comunicação para Saúde.

Nesta chamada, atuarão em conjunto a FINEP e o MS, que disponibilizarão um total de R$ 1,3 bilhão. Os recursos virão de um conjunto de instrumentos de financiamento: pela FINEP, R$ 1,1 bilhão virá por meio dos programas Inova Brasil, Subvenção Econômica e Participação Acionária. Cada projeto receberá o total de até 90% do financiamento, sendo os restantes 10% originados das instituições qualificadas, como contrapartida obrigatória.

Equipamentos Médicos

O outro edital (Inova Saúde – Equipamentos Médicos) disponibilizará cerca de R$ 600 milhões para apoiar o desenvolvimento e a produção de equipamentos e dispositivos médicos no Brasil, numa ação conjunta da FINEP com BNDES e MS.

Serão apoiados projetos de inovação em quatro linhas temáticas: Linha 1: Diagnósticos in vitro e por imagem; Linha 2: Dispositivos implantáveis; Linha 3: Equipamentos eletromédicos e odontológicos; e Linha 4: Tecnologias da Informação e Comunicação para Saúde. A FINEP alocará R$ 275 milhões, com recursos do Inova Brasil, Subvenção Econômica e Instrumentos de renda variável.

Alexandre Padilha, ministro da Saúde, disse que "com essas medidas, vamos garantir o apoio a empresas que poderão investir na criação de produtos farmacêuticos de última fronteira, algo que irá elevar a ambicão tecnológica da área de saúde de maneira poderosa". Já Fernando Pimentel, ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, afirmou que "estamos no caminho certo. A combinação de esforços e de recursos marca um momento histórico e de uma eficiência que jamais foi experimentada no desenvolvimento de setores estratégicos no Brasil".

Padilha também anunciou diversas medidas do MS que vão garantir acesso a tratamentos de alto custo e ampliar o atendimento aos pacientes do SUS. Entram em vigor um total de 63 parcerias entre 15 laboratorios públicos e 35 privados para a produção nacional de 61 medicamentos. As medidas resultarão numa economia de cerca de R$ 2,5 bi anuais pra o MS.

Luciano Coutinho, presidente do BNDES, falou da importância do diálogo entre instituições de governo e o setor privado. "vamos acolher quaisquer sugestões que nos levem ao aprimoramento de nossas iniciativas", disse. Para Arbix, "é de imensa importância a parceria com o BNDES e com o MS: estamos construindo um País, não mistérios ou agências. É essa articulação e a combinação de esforços com o setor produtivo que vão incrementar o avanço tecnológico de ponta", finalizou.

Prazos

O edital do Programa Inova Saúde – Biofármacos, Farmoquímicos e Medicamentos terá várias fases em todo o processo de seleção. As cartas de manifestação de interesse devem ser enviadas até 5/6/2013. A divulgação do resultado da seleção dos planos de negócio, após recursos, está prevista para 20/12/2103.

Já o Programa Inova Saúde - Equipamentos Médicos receberá cartas de manifestação de interesse até 14/6/2013. A divulgação do resultado da seleção dos planos de negócio, após recursos, será em 8/11/2013.

Fonte: http://www.finep.gov.br - 11/04/2013

segunda-feira, 8 de abril de 2013

CIOs: inovem ou vão para casa!

Como os líderes de TI podem conseguir tempo em suas agendas para conduzir inovações, estando completamente presos a uma rotinas intensa de trabalho?

Hoje já é compreendida a ideia de que a saúde econômica de uma companhia e de uma nação é tão forte quanto sua capacidade de inovar. O que ainda não é muito bem compreendido é como estimular a inovação, embora exista uma carência de consultores, acadêmicos, políticos, executivos (e jornalistas) capazes de oferecer uma opinião bem formada ou semi-formada sobre o assunto.

O ponto de vista que está em tendência é o pessimismo. Em um nível macroeconômico, há uma escola de pensamento em expansão de que os dias mais inovadores dos Estados Unido estão no passado. O economista Robert J. Gordon está preocupado com uma força de trabalho envelhecida, educação insuficiente, regulamentações onerosas, aumento da dívida e outros “ventos contrários”, combinados com “o fato de que tantas invenções fundamentais já foram feiras”. O do PayPal Peter Thiel e o mestre de xadrez Garry Kasparov acreditam que os EUA ”descararam um século de ambição de que podiam fazer tudo construindo avanços rápidos na tecnologia, substituindo por por uma cautela mais satisfeita com melhorias incrementais.” O Prêmio Nobel Edmund S. Phelps critica que “a preocupação dos executivos com o próximo trimestre fiscal e com os banqueiros” impede o empréstimo de dinheiro para “projetos de novos produtos e métodos”, levando a um declínio na inovação diária, salvo algumas exceções (Silicon Valley, biotecnologia, energia limpa).

Mesmo os otimistas sobre o estado de inovação fornecem argumentos que são menos convincentes. Concluído através de seu recente estudo que “os condutores de inovação são mais fortes do que já foram em qualquer momento da história da humanidade”, o Boston Consulting Group afirma que sua pesquisa verificou que executivos de todo mundo planejam investir mais em pesquisa e desenvolvimento e prevê que um comprometimento renovado com a inovação – uma vez que o alto investimento e as boas intenções são as melhores maneiras de medir o sucesso do que a qualidade do que está sendo produzido. O escolha das 50 empresas mais inovadoras do mundo pela consultoria BCG, que foi direcionada para os players de mais destaque em apenas quatro indústrias, tem algumas falhas em sua análise.

O pessimismo quanto à inovação em um nível microeconômico ganha uma forma diferente. Nas minhas discussões com CIOs e executivos, me parece que o grande obstáculo é estrutural: como fazer com que companhias e organizações de TI possam conseguir um espaço para terem tempo e a responsabilidade formal de conduzir inovações que tragam lucro, sendo que os CIOs estão completamente presos a suas rotinas intensas de trabalho?

Essa pergunta é a premissa para uma conferência que a InformationWeek EUA irá conduzir no dia 8 de maio sobre o tema “Inove ou vá para casa: o ponto crítico dos CIOs em gerenciar crescimento, oportunidade e ideias transformadoras”. O evento que será realizado em conjunto com Interop em Las Vegas irá apresentar campeões de inovação do San Francisco Giants, Union Pacific, Allstate, ADP, General Electric, Intermountain Healthcare, Forrester Research e Sears.

O CIO do Giants, Bill Schlough, por exemplo, irá mostrar como ele e seu time aceleraram a inovação no campeonato World Series, trabalhando com operações de beisebol, venda de ingressos, marketing e outras áreas da empresa. O CIO da Union Pacific CIO Lynden Tennison discute sobre como os incentives financeiros estão promovendo a cultura da inovação em uma organização de TI com 1.400 pessoas. O VP executivo da Allstate Suren Gupta fala no evento sobre como a tecnologia de sua organização está atuando como uma seguradora de outras unidades de negócios para hospedar “blitz de inovação”, uma pequena maratona de dez dias que recebe inputs dos funcionários sobre problemas ou oportunidades de negócios específicos. O CTO da Intermountain Heathcare Frederick Holston e o diretor de inovação Todd Dunn debatem sobre como o Healthcare Trasnformation Lab está recebendo, subsidiando, desenvolvendo e entregando novos produtos e serviços.

Não há falta de espaço para inovação em organizações e escritórios nas companhias do ranking Fortune 1000. O que as melhores organizações parecem ter em comum: elas levam em conta a necessidade de suas empresas para conduzir a longo prazo, oportunidades de negócios sustentáveis, sem nunca perder de vista a necessidade de curto prazo para aumentar os lucros e valor para o acionista. Quando elas tratam a inovação como uma disciplina separada ou departamento, procuram ideias de diferentes partes interessadas – técnicos, vendedores, comerciantes, financiadores, promotores de negócios – e elas são muito cuidadosos para não construir projetos que não serão aceitos pelo resto da empresa. Alcançar o equilíbrio certo é uma grande parte do desafio da inovação.

Grupos formais de inovação, times que tendem a trabalhar melhor quando estão em funções rotativas entregando projetos com prazos delimitados racionalmente, esses serão alguns dos temas que o CIO da ADP Michael Campone vai debater com a InformationWeek EUA. Pense em termos de colaboradores criativos, em vez de as equipes da SWAT de elite, e resultados de seis a 12 meses ao invés de anos. Os melhores times de inovação não são donos da inovação tanto quanto ajudam a definir as prioridades, facilitar a colaboração e execução e gerir os riscos.

Keith J. Figlioli, VP senior de healthcare informatics da Premier Healthcare Alliance, afirma que sua organização inteira enxerga os negócios em partes: gerenciar e desenvolver o core, construir negócios adjacentes e inovar para futuras oportunidades. “Permitimos nossos times transitarem por essas três áreas”, comenta. “As equipes passaram a ter um tempo para focar e pensar como os negócios estão mudando e o que nós precisamos fazer para enfrentar isso.”

A resposta é que não há nenhuma visão única ou manual de boas práticas para impulsionar inovações. Mas podemos aprender muito com os executivos e seniors de TI que já se depararam com esse desafio, cometeram alguns erros e tiveram resultados significantes para mostrar graças a importantes esforços.

Fonte: http://informationweek.itweb.com.br/