segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A agenda da inovação no futuro das cidades!

"O Brasil tem um longo caminho a trilhar, que passa pela educação, pelo estímulo à pesquisa e à inovação e pelo investimento em infraestrutura"

Especialistas estimam que, a cada ano, um milhão de pessoas ao redor do globo se mudem para as cidades e que a população mundial urbana dobrará até 2050. Estudos também apontam que o número de megacidades (acima de 10 milhões de habitantes) passará dos atuais 19 para 27 nos próximos 20 anos e que, nesse período, o investimento global em infraestrutura urbana deverá chegar a 53 trilhões de dólares. Esta estimativa reflete a certeza de que a infraestrutura que suporta serviços vitais, como transporte, saúde, educação, segurança pública, energia e água, precisa responder adequadamente às necessidades dessa população em expansão.

A tecnologia tem um papel central nesse processo de modernização das cidades, mas ela só atuará de forma efetiva se estiver acompanhada da inovação. Apenas com inovação conseguiremos mobilizar os instrumentos técnicos e o conhecimento disponível para compreender e solucionar problemas específicos de cada localidade. Um exemplo é o trabalho que vem sendo realizado no Rio de Janeiro. Em maio de 2010, a cidade sediou um fórum para discussão de inovações que ajudassem os centros urbanos do mundo a sustentarem seu crescimento e se desenvolverem de forma inteligente. A partir daí foram iniciadas as conversas para a criação do Centro de Operações do Rio de Janeiro (COR), o maior centro do mundo que integra informações de diversos órgãos de gestão da cidade para melhorar a capacidade de resposta da prefeitura em relação a vários tipos de incidentes. Além disso, foi desenvolvido, especialmente para a cidade, o PMAR, um sistema pioneiro de Previsão Meteorológica de Alta Resolução, elaborado de acordo com as necessidades e características topográficas do Rio, o qual é capaz de prever chuvas fortes com até 48 horas de antecedência.

Vivemos no Brasil um momento único para multiplicarmos iniciativas deste porte. A realização da Copa do Mundo, em 2014, e da Olimpíada no Rio de Janeiro, em 2016, tem mobilizado empresas e governos em torno de projetos de segurança, mobilidade urbana, transportes e outros. Esses grandes eventos são propulsores no país de um fenômeno que se observa em todo o mundo: a necessidade de se conferir inteligência aos centros urbanos.

A favor do Brasil também estão o crescimento econômico, a estabilidade política e o bônus demográfico. Todos esses aspectos criam um cenário favorável para o investimento em nossas estruturas urbanas, mas a inclusão da inovação nessa agenda em prol do desenvolvimento será decisiva para seu sucesso. A Coreia do Sul investe cerca de 2,5% de seu PIB em inovação, o Japão, 2,7%; já o Brasil investe apenas 0,8%, considerando-se o setor privado. Temos um grande espaço para aumentarmos esse percentual e para isso precisamos de sinergia na atuação das esferas pública e privada, vertentes econômicas que movimentam qualquer nação, para a definição dos rumos que estimulem o empreendedorismo e o aporte de recursos para a pesquisa científica no país.

Nosso 'momento' chegou e a tecnologia tem papel decisivo nas transformações que estão em curso. Temos um longo caminho a trilhar, que passa pela educação, pelo estímulo à pesquisa e à inovação e pelo investimento em infraestrutura, mas somente com a mobilização de empresas, governo e sociedade civil em torno de uma agenda comum conseguiremos capturar as oportunidades que impulsionarão nosso desenvolvimento.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com

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