terça-feira, 10 de maio de 2011

Anpei e Finep criam grupo de trabalho pela inovação.

O Grupo de Trabalho Permanente, criado em fevereiro em conjunto pela Anpei e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), realizou sua primeira reunião na sexta-feira (29/04), em São Paulo.

O objetivo desse primeiro encontro foi discutir maneiras de aperfeiçoar os mecanismos de financiamento à inovação hoje existentes e como aproximar mais a prática atual de liberação de recursos das necessidades de colocação de produtos inovadores no mercado pelas indústrias.

Pela Anpei participaram da reunião os diretores Luis Cláudio Silva Frade, que representou o presidente da associação, Carlos Calmanovici; e Paulo Roberto Santos Ivo, além do secretário executivo, Naldo Medeiros Dantas, e dos membros da diretoria Mario Barra e Olívio Ávila. A Finep esteve representada por seu diretor de Inovação, João De Negri, pelo chefe de gabinete da presidência, Celso Fonseca, e pelo chefe do escritório de São Paulo da financiadora, Marcos Francisco de Almeida. Também participaram do encontro representantes de empresas associadas da Anpei como Embraer, Natura, Braskem, Eletrobrás, Vale Soluções Energéticas e Instituto Eldorado.

Segundo Frade, nesse primeiro encontro foram discutidos quatro grandes temas: investimento em programas de inovação das empresas; estímulos ao desenvolvimento tecnológico; apoio sistêmico às cadeias produtivas e aperfeiçoamento da governança interna da Finep.

Em relação ao primeiro tema, foi debatida a necessidade de mudanças na forma de concessão dos recursos não reembolsáveis para inovação. As empresas defendem que o tratamento dado a elas não pode ser igual ao dispensados às universidades e instituições de pesquisa e que os instrumentos de inovação da Finep sejam colocados à disposição delas não só por meio de editais. “Esse tipo de instrumento é muito bom para as universidades, porque se a pesquisa for feita hoje ou amanhã não tem problema”, explica Frade. “A empresa, diferentemente, se não começar a pesquisa no tempo certo, perde o mercado, perde o negócio. Então, não se pode tratar da mesma forma esses dois atores que a Finep apóia. O tratamento deve ser adequado a cada um deles.”

As discussões em relação ao segundo tema – estimular o desenvolvimento tecnológico – foram semelhantes as que ocorreram no primeiro. A questão dos editais voltou a ser abordada. “A empresa quer colocar inovações no mercado; então não pode ficar dependendo de um edital por ano”, diz Frade. “Devem existir chamadas abertas e a Finep fazer avaliações contínuas de todas os projetos que chegam até ela, baseada nos recursos que tem. Com isso se assegura realmente o financiamento para a inovação que vai chegar ao mercado.”

Com o terceiro tema, a ideia é estimular qualquer tipo de empresa, pequena, média ou grande, de uma cadeia produtiva, por meio de apoios à inovação com diferentes instrumentos dentro de um fluxo contínuo. “Não se pode estimular somente um elo, uma empresa só”, justifica Frade. “Ao se financiar uma cadeia toda, consegue-se fazer com que o País fique auto-suficiente em determinado tipo de tecnologia ou de processo”.

A reunião de sexta-feira passada também serviu para discutir o quarto tema, que trata do aperfeiçoamento da governança da Finep. Ficou acertado o apoio da Anpei para isso, assim como na avaliação de possíveis melhorias no marco legal da inovação. “A Finep está olhando para dentro de si mesma, para ver quais são as melhorias necessárias para acelerar o processo de inovação no País”, explica Naldo Medeiros Dantas, secretário executivo da Anpei. O objetivo é verificar se os mecanismos para liberação de recursos reembolsáveis hoje estão adequados ou não. “Vamos trabalhar junto com a Finep para melhorar os instrumentos, metas e indicadores, que possam transformá-la num banco de inovação ágil para liberar recursos”, diz Frade.

No encontro ficou estabelecido ainda que haverá uma agenda permanente de trabalho entre as duas instituições. Além disso, foi acertado que o Grupo de Trabalho funcionará como um fórum de aprendizado, no qual as indústrias que de fato inovam poderão conversar com a Finep e analisar qual a rota que podem traçar em conjunto, para que toda a gama de recursos para o financiamento da inovação possa ser melhor aplicada.

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